Odebrecht deixará Arena Corinthians com R$ 200 mi em obras inacabadas 30/09/2015
- Carlos Augusto Ferrari e Leonardo Lourenço - GloboEsporte.com
Não bastasse o custo de R$ 1,2 bilhão, o Corinthians terá um enorme problema para resolver assim que a Odebrecht der por encerrada a construção da arena de Itaquera.
O Corinthians acredita que o local estará liberado para uso nos próximos dias, podendo se transformar em uma nova fonte de receitas com o aluguel para eventos.
Em nota, a Odebrecht diz que pretende acabar a construção desta área nesta semana.
Questionada pela reportagem sobre a data da entrega do estádio e sobre os valores que ainda precisam ser investidos para a conclusão, o grupo respondeu via assessoria que "os serviços atuais faltantes não implicam na impossibilidade ou restrição de uso da Arena" e que "todo o escopo e etapas da obra foram estabelecidos de comum acordo com nosso único cliente neste contrato, o Sport Club Corinthians Paulista, de forma que não reconhecemos declarações de outras fontes".
Um relatório entregue em agosto à diretoria do Corinthians por AnÃbal Coutinho detalha todas as obras não realizadas pela Odebrecht.
Dirigentes ouvidos pela reportagem acreditam que a não conclusão das obras afeta diretamente a imagem da arena.
O Timão vem tendo dificuldades para vender camarotes, cadeiras cativas e atrair investidores.
O nome do estádio ainda não foi comercializado -- o clube quer R$ 400 milhões por 20 anos de acordo, mas nenhuma das negociações avançou.
A direção corintiana pretende, momentaneamente, evitar uma disputa judicial com a construtora.
De acordo com a cúpula administrativa, o clube vai esperar a Odebrecht encerrar suas atividades para avaliar o que não foi feito e cobrar alterações amparado pelo contrato.
A primeira previsão era de que a construção estivesse concluÃda em dezembro de 2014, mas ela vem sendo alterada praticamente mês a mês.
A situação piorou depois que a Odebrecht passou a ser investigada pela Operação Lava-Jato.
Marcelo Odebrecht, presidente do grupo, está preso em Curitiba desde 19 de junho acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.