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Jaques Wagner diz que quem banca a política econômica do país é Dilma
18/12/2015 - G1 - Brasília

Em meio a rumores sobre a possível saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou nesta sexta-feira (18) que "quem banca" a política econômica do país é a presidente Dilma Rousseff.

Nos últimos dias, voltou a ganhar força a possível saída de Levy do governo. Na última terça (15), a presidente Dilma enviou ao Congresso uma proposta para reduzir a meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) de 2016 para 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), contrariando a proposta de Levy de uma meta de 0,7%.

Ontem, na última reunião do ano do Conselho Monetário Nacional (CMN), de acordo com o jornal "O Globo", Levy teria feito uma espécie de discurso de despedida, indicando que não estará no próximo encontro do colegiado, que ocorrerá em janeiro.


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"Há um equívoco dos que fazem a leitura sobre os caminhos do governo da presidenta Dilma. Quem banca a política econômica não é o ministro da Fazenda. Quem banca a política econômica é a presidenta da República, e ela convoca o ministro para cumprir. Evidentemente, que discute com ele", disse Jaques Wagner.

"Mas se ilude quem aponta o fuzil para este ou aquele ministro. Quem vai bancar a política econômica, quem decide ouvindo outras pessoas, o ministro, é ela. Quem bancou a questão do ajuste fiscal foi a presidenta Dilma", concluiu o ministro.

Questionado por jornalistas sobre o tom de despedida que Levy teria adotado na reunião do CMN, Wagner desconversou e disse não saber se o ministro da Fazenda estava "brincando ou falando sério".

Quem vai bancar a política econômica, quem decide ouvindo outras pessoas, o ministro, é ela [a presidente]. Quem bancou a questão do ajuste fiscal foi a presidenta Dilma"

Jaques Wagner, ministro

O chefe da Casa Civil disse ainda que a decisão de trocar o comando do Ministério da Fazenda é "praticamente particular" entre Levy e Dilma.
"Há uma posição de se despedir, mas eu prefiro aguardar, porque quem tem [de tomar] essa decisão não sou eu", minimizou.

Jaques Wagner também foi indagado sobre se seria a hora de um "ministro político" para comandar a Fazenda e substituir Levy, considerado um ministro de perfil técnico. Levy já foi criticado por setores do governo e do PT por adotar medidas consideradas impopulares e de não dialogar com o Congresso.

Para Wagner, a escolha do perfil de um possível novo ministro deve ser da presidente Dilma. Ele, porém, disse não gostar da separação entre perfil técnico e perfil político.

"Eu não gosto muito dessa separação político e técnico porque eu brinco sempre: um técnico puro que for um elefante em cristaleira, em seis meses cria muito problema para o governo. E uma seda entre cristais, que não resolva nada, não resolve a vida do governo", brincou.

"Quem está na missão de ministro tem que ser técnico e político, porque precisa conversar com o parlamento, com empresários, com trabalhadores", concluiu o ministro.

De acordo com o Blog da Cristiana Lôbo, assessores e aliados de Dilma buscam um nome para comandar o Ministério da Fazenda.

Segundo o Blog, diante da dificuldade para atrair alguém de fora para o governo, a opção do Planalto poderia ser uma "solução doméstica": o deslocamento do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, para a Fazenda; e no Planejamento, um nome político, como o do senador Romero Jucá (PMDB-RR).

Outros nomes cotados para pasta são os do ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.


  

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