Com bom trânsito entre grandes empresários do paÃs, Palocci tinha uma extensa lista de clientes, dos mais variados setores – de banqueiros a dono de rede de supermercados e hospitais.
Entre as companhias que recorreram aos serviços de consultor do ex-ministro da Casa Civil está a JBS.
De 2009 a 2010, a dona da marca de carnes Friboi pagou 2 milhões de reais para a Projeto Consultoria Empresarial e Financeira, de Palocci.
No mesmo perÃodo, a JBS recebeu um investimento de 3,5 bilhões de reais do BNDES. Os investigadores suspeitam que Palocci esteja por trás dessa operação financeira que apresenta indÃcios de fraudes.
O ex-ministro alega que ajudou a JBS na aquisição da produtora de frango americana Pilgrim’s, em setembro de 2009.
No entanto, as negociações dessa transação começaram no segundo semestre de 2008 – e foram conduzidas por grandes escritórios de advocacia e bancos de investimento, especializados em fusões e aquisições.
Palocci, então deputado federal pelo PT, foi contrato pelo grupo frigorÃfico em julho de 2009, pouco antes da transação ser finalizada.
O Tribunal de Contas da União já identificou indÃcios de que essa operação causou prejuÃzo aos cofres públicos. O caso está sendo analisado.
Em 2010, após receber os recursos do BNDES, a JBS doou 10 milhões de reais para a campanha que elegeu Dilma Rousseff à presidência da República.
A vitória da petista nas urnas foi coordenada por Palocci, que logo em seguida foi nomeado como ministro da Casa Civil, em janeiro de 2011.
Seis meses depois, o petista caiu após o jornal Folha de S.Paulo revelar que ele multiplicara o seu patrimônio prestando consultorias para diversas empresas.
Em setembro deste ano, Palocci foi preso na 35ª fase da Operação Lava-Jato, suspeito de ter uma relação criminosa com a empreiteira Odebrecht, que teria desembolsado mais de 128 milhões de reais em propinas para o ex-ministro e outros integrantes do PT.
“A JBS contratou a Projeto para a elaboração de estudos, análises e informações de cenários macroeconômicos e do mercado mundial e norte-americano de proteÃna. O contrato realizado com a Projeto, em 2009, e seus respectivos pagamentos estão devidamente formalizados e documentadosâ€, diz a companhia. “Em nenhuma situação ou circunstância, Antonio Palocci ajudou, se envolveu, ou teve qualquer relação entre os negócios da companhia e o BNDESâ€, afirmou a JBS, ressaltando que o investimento do banco estatal está “em linha com as melhores práticas de governança e transparência, em uma transação tÃpica de mercadoâ€. O BNDES ainda não se manifestou.