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"Avanço" no dinheiro dos flagelados da cheia de 95, a primeira "obra social"
28/12/2001 - Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br

Nos últimos sete anos, o povo mato-grossense foi o expectador, o Estado de Mato Grosso serviu de cenário e o Palácio Paiaguás de palco para a mais longa farsa já encenada a Oeste de Tordesilhas.

No papel principal da tragicomédia em dois atos, o que se imaginava um jovem e promissor talento, mas que depois revelou-se um refinado "artista", um conhecedor de todos os truques de magia e todos os segredos da prestidigitação. Na direção e contra-regra, a lúgubre figura de um psiquiatra e, nos bastidores, como "mecenas", o verdadeiro dono da companhia: um sombrio, voraz e insaciável empreiteiro, conhecido entre seus pares por "Goela Grande".

Nos demais papéis com algum destaque, principalmente nas bilheterias, parentes, muitos parentes, quase todos os parentes do mágico -- acolitado, sempre, por uma virtuosa partner e ruidosa troupe.


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Para o primeiro ato, a platéia entrou de graça, de alegre. Quase a metade saiu no intervalo. Pra quem ficou para o segundo e último ato, o "mecenas" providenciou alguns mimos.

Foi a encenação mais estéril e histérica em toda a história político-administrativa de Mato Grosso -- uma história marcada por realizações virtuais, pirações totais, "avanços" reais e desbundes mis.

O primeiro grande "avanço" se deu logo nos primeiros dias -- janeiro de 95 --, quando uma grande inundação cobriu milhões de hectares no Pantanal e deixou milhares de desabrigados, na Capital e Baixada Cuiabana.

Logo de cara, R$ 860 mil reais -- equivalentes à época a 1 milhõs de dólares -- destinados às vítimas da enchente foram empregados, não no atendimento às famílias flageladas, mas no pagamento da "cobertura jornalística" do evento -- "cobertura jornalística" realizada pelos informativos do Grupo Gazeta&Planeta de Comunicação.

O caso, até hoje, está mofando em alguma gaveta do Judiciário, em Brasília. Este foi apenas o primeiro de uma série de "avanços" que vamos condensar e recordar nos próximos 100 dias, nesta contagem regressiva da Era Dantesca, contagem que começa hoje e termina no próximo dia 6 de abril -- uma era também marcada pelo maior e mais escancarado exemplo de nepotismo já visto em Mato Grosso em todas as eras.

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Leia amanhã -- Por ganância, o primeiro grande "mico".

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