Em pelo menos dez paÃses da região, as autoridades locais estão envolvidas em esquemas pilhados pela Lava-Jato.
Os ecos do processo de expurgo pelo qual está passando o Brasil já provocam efeitos na vizinhança.
Na semana passada, policiais chilenos cumpriram um mandado de busca e apreensão na sede da OAS em Santiago.
Os procuradores federais estavam à procura de provas relacionadas ao conteúdo de uma delação que o publicitário Duda Mendonça ensaia fazer, conforme revelou VEJA, no inÃcio do mês.
O marqueteiro disse que a OAS financiou as campanhas da presidente eleita Michelle Bachelet e de seu rival Marco EnrÃquez-Ominami.
Na quinta-feira passada, a Justiça do Peru decretou a prisão do ex-presidente Alejandro Toledo.
A promotoria pediu a prisão preventiva de Toledo com base em informações recebidas do Brasil.
Segundo os investigadores, o ex-presidente teria recebido 20 milhões de dólares em propinas pagas pelas Odebrecht entre os anos de 2001 e 2006.
Como está fora do Peru, Toledo passou a ser considerado foragido e uma ordem internacional de captura foi expedida para que ele seja procurado pela Interpol.
Os pagamentos teriam ocorrido entre 2001 a 2006, como parte de um acordo que possibilitou a Odebrecht vencer a concorrência para construção da rodovia Interoceânica Sul, que faz a interligação de Rio Branco no Acre, ao litoral do Peru.
Na quinta-feira passada, os procuradores fizeram uma devassa na sede da empresa Mossack Fonseca, especializa na abertura de empresas offshore, seja no seu paÃs sede como em vários outros paraÃsos fiscais.
E decretaram a prisão preventiva de seus donos.
As atividades da empresa ficaram conhecidas no ano passado por meio de um megaprojeto de investigação jornalÃstica conhecido como Panama Papers, que expôs uma extensa rede de acobertamento de acobertamento de lavagem de dinheiro que abrangia 76 paÃses e estava registrada em um acervo de 11,5 milhões de documentos da Mossack Fonseca.
No mesmo momento em que os agentes apreendiam documentos, e computadores da empresa responsável pelo registro de boa parte das empresas de fachada usadas por corruptos de todo mundo, o parlamento aprovada uma mudança na legislação para permitir a realização de acordos de leniência e de delações premiadas no Brasil.
Agora cabe ao presidente Juan Carlos Varella sancionar a medida.
“Estimo que ultrapasse 1 bilhão de dólares só no Panamáâ€.
Mora, que foi ministro-conselheiro – o equivalente ao da Casa Civil, no Brasil – do atual presidente Juan Carlos Varella disse que o mandatário lhe confessou ter recebido dinheiro ilegal da empreiteira por “não ter como lutar contra as regrasâ€, disse.
“A Lava-jato revelou um nÃvel de corrupção em estado de metástase que atinge todo o continente. Setores públicos e privados estão envolvidos em um nÃvel de corrupção sem paralelo.
A Odebrecht já admitiu ao Departamento de Justiça dos EUA ter desembolsado 788 milhões de dólares em propina, entre 2001 e 2016, a funcionários de governo, e partidos polÃticos do Brasil e de outros 11 paÃses.
O MP colombiano encontrou indÃcios de que pelo menos 1 milhão de dólares oriundos de propinas pagas pela Odebrecht irrigaram a campanha de Santos em 2014.
Caso seja denunciado, o presidente, que no ano passado ganhou o Prêmio Nobel da Paz, por ter firmado um acordo de paz com os narcoguerrilheiros das Farc, poderá sofrer um processo de impeachment.
No sentido contrário ao do Chile, Peru, Panamá e Colômbia, as autoridades do Equador parecem não estarem dispostas a investigar as vinculações de polÃticos locais com a Odebrecht.
Em dezembro do ano passado, a empreiteira brasileira confessou ter desembolsado 33,5 milhões de dólares em propinas, entre 2007 e 2016.
Na sexta-feira, a Procuradoria-Geral do Equador reconheceu a autenticidade do documento.
Disse que abriria uma investigação para identificar o vazamento e justificou dizendo que não havia recebido nenhum documento oficial por parte dos investigadores brasileiros.
Em nota, os equatorianos afirmam que esperam a resposta dos colegas brasileiros desde 29 de dezembro quando teriam enviado um pedido de colaboração ao Brasil.
Os opositores ao presidente Rafael Correa o acusam de estar manipulando a Justiça com o o objetivo de adiar as revelações que a Operação Lava-Jato pode trazer sobre membros de seu governo.
Danilo Medina - A República Dominicana foi o paÃs onde a Odebrecht pagou a maior quantidade de propinas em relação aos contratos. Foram 92 milhões de dólares frente 163 milhões em benefÃcios obtidos pela empreiteira.
No inÃcio de fevereiro, os brasileiros assinaram um acordo de leniência com os procuradores locais e pagarão um multa de 184 milhões de dólares em oito anos.
Juan Carlos Varela - O presidente do Panamá está na linha de tiro dos investigadores. Os sócios do maior escritório de registro de empresas offshore em atuação naquele paÃs, o Mossak Fonseca foram presos em consequência das investigações da Lava-Jato. Eles afirmam que o valor das propinas pagas pela Odebrecht no Panamá podem chegar a 1 bilhão de dólares. A empreiteira brasileira assume 59 milhões.
Rafael Correa - O Equador está na contramão dos paÃses que tentam apurar as denúncias de corrupção levantadas pela Lava-Jato. A Odebrecht afirma que pagou 33,5 milhões de dólares para o membros do governo. Mas a procuradoria do paÃs ainda não se movimentou para apurar as denúncias.