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Vídeo: Cunha queria usar Kroll contra Lava-Jato, diz Odebrecht
12/04/2017 - Veja.com

Em acordo de delação premiada, o empreiteiro Marcelo Odebrecht disse ter se reunido com o ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha para discutir estratégias que pudessem anular a Operação Lava-Jato.

Uma das sugestões feitas pelo executivo foi contratar a empresa Kroll, especialista em espionagem – tese à época rechaçada por Cunha, mas colocada em prática tempos depois.

“Eduardo Cunha estava convicto que uma das maneiras de levar nulidade à Lava-Jato seria descobrir inconsistências na delação de Paulo Roberto [Costa, ex-diretor da Petrobras] ou [Alberto] Youssef. E uma delas [das inconsistências] seria achando contas no exterior que não foram anunciadas”, relatou Marcelo Odebrecht.


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“Eu sugeri: ‘Por que vocês não contratam a Kroll?’ Ele disse: ‘Não vai se meter nisso não’. E aí a gente não deu sequência. Não sei se essa foi uma das razões implícitas ou explícitas que ele contratou a Kroll”, acrescentou o empreiteiro.

Na ocasião da reunião, o então presidente da Câmara vivia a expectativa de ser levado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelas mãos do procurador-geral Rodrigo Janot.

A primeira “lista do Janot” seria apresentada semanas depois da reunião.

Por força de Eduardo Cunha, o plano para melar a Lava-Jato foi colocado em prática.

A Kroll foi contratada por decisão do presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), e do subrelator André Moura (PSC-SE).

Oficialmente, o argumento usado foi o de que a empresa ajudaria a CPI a investigar os envolvidos no escândalo do petrolão.

A Kroll foi usada para vasculhar contas bancárias e patrimônio no exterior de 12 delatores da Operação Lava-Jato.

A tentativa de sabotar as investigações, no entanto, fracassou.


  

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