Palco de um único assalto nos três primeiros meses do ano, a cidade caminha para o colapso econômico devido a uma onda de violência que ocorre a mais de 80 quilômetros dali, sobretudo na Região Metropolitana, para onde vai 90% da produção rio-pretana.
— Cerca de 40% da economia gira em torno da avicultura, e vários abatedouros já ameaçam fechar por causa do prejuÃzo acumulado — relata o prefeito Gilberto Esteves.
— Os roubos de alimentos subiram no estado pela facilidade de revenda — diz Riley Rodrigues, gerente de estudos de infraestrutura da Federação das Indústrias do Rio (Firjan).
As carnes, não apenas de frango, estão entre os principais alvos das quadrilhas. Para diminuir os riscos, já há atacadistas fluminenses contratando carros-fortes refrigerados para o transporte deste tipo de item, em especial cargas valiosas, como cortes nobres.
A Protege, gigante do setor de segurança e transporte de valores, confirma que foi contatada por interessados, no Rio, em transportar carnes nos blindados aclimatados.
A maior perda ocorreu em Caxias, com impacto de R$ 236 milhões.
Segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e LogÃstica, 7,9% do faturamento bruto são aplicados em gerenciamento de risco.
— Hoje, gastamos R$ 1 milhão por mês com escolta e rastreador. E o valor acaba repassado ao cliente, encarecendo 10% na segurança e mais 10% com o frete — explica Ramon Alcaraz, diretor da Fadel Transportes.
Por conta disso, as transportadoras implantaram uma taxa extra que varia de 0,3% a 1% do valor da carga, ou de R$ 10 a R$ 15 a cada cem quilos.