Segundo Palocci, o petista firmou um “pacto de sangue†com o empresário EmÃlio Odebrecht ao final de seu mandato, em 2010, que teria rendido a Lula um “pacote de propinas†com obras em seu benefÃcio e 300 milhões de reais para “atividades polÃticas†depois que deixasse o Palácio do Planalto.
Diante do magistrado, Lula classificou Palocci como “calculistaâ€, “frio†e “simuladorâ€.
O ex-presidente ressaltou não ter “bronca†ou “raiva†de Palocci e afirmou que o ex-ministro “tem o direito de querer ser livre†e de “ficar com um pouco do dinheiro que ele ganhou fazendo palestraâ€, mas que ele tenta “jogar†a responsabilidade sobre suas práticas ilÃcitas sobre outras pessoas.
O ex-presidente ainda criticou as afirmações de Palocci de que teria atuado ao lado de Lula para atrapalhar as investigações da Lava Jato.
“Em algumas oportunidades, eu me reuni com o ex-presidente Lula e com outras pessoas no sentido de buscar criar obstáculos à Lava Jatoâ€, declarou o ex-ministro a Sergio Moro na semana passada.
Em seu depoimento, Palocci contou ter sido contrário à compra do imóvel de maneira irregular.
“Eu não estava de santo na história não. O nosso ilÃcito com a Odebrecht já estava muito grande naquele momento, eu achei que essa compra não precisava ser um ilÃcito, não precisava ser um ilÃcito travestido de lÃcitoâ€, disse o ex-ministro a Moro.
Ao magistrado, Lula negou o relato do ex-ministro e disse que ele usa de “desfaçatezâ€.
“Ele fala do terreno com a maior desfaçatez. Que foi na minha casa, que conversou com a dona Marisa, que eu pedi pra ele falar com a dona Marisa porque a dona Marisa era muito brava. Eu não sei se ele estava envolvido ou não. Eu só não quero que ele me envolva. Se ele está envolvido, se ele cometeu ilÃcito, ele que diga que cometeuâ€, declarou o petista.
Questionado pela procuradora Isabel Cristina Groba Vieira, Lula classificou como “peça de ficção hilariante†a afirmação de Antonio Palocci de que intercedeu junto a Marcelo Odebrecht para cobrir um “buraco†de 4 milhões de reais nas contas do Instituto Lula, entre o final de 2013 e o inÃcio de 2014, a pedido do presidente da instituição, Paulo Okamotto.
Conforme o ex-ministro e o empreiteiro, o dinheiro teria saÃdo da “conta corrente†da propina entre o Partido dos Trabalhadores e a Odebrecht, administrada por Palocci.