Câmara recua e fim das coligações valerá somente para 2020 21/09/2017
- Isadora Peron, Renan Truffi e Thiago Faria - O Estado de S.Paulo
O plenário da Câmara aprovou na noite de ontem o fim das coligações para as eleições de deputados e vereadores a partir de 2020 e a regra que estabelece uma cláusula de barreira para que legendas tenham acesso ao Fundo Partidário e tempo de rádio e TV.
Essa medida beneficia partidos pequenos, que costumam se aliar a legendas mais fortes para garantir vagas na Câmara. Deputados do PC do B, por exemplo, comemoraram a aprovação do destaque.
Alguns parlamentares, no entanto, criticaram a decisão.
Sem uma solução para o financiamento de campanha a pouco mais de um ano da eleição, senadores apresentaram ontem uma proposta alternativa de fundo eleitoral com dinheiro público.
O texto chegou a ser colocado em discussão, mas, sem consenso, o Senado adiou a votação para a próxima quarta-feira, 27.
Segundo o lÃder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), autor da proposta, o valor do fundo será de R$ 3,6 bilhões, o mesmo que estava em discussão na Câmara.
“Não abre brecha. O que não for gasto volta para o Tesouro.â€
A proposta que cria o novo fundo foi elaborada com a ajuda de um grupo de cinco senadores formado para encontrar uma solução para polÃticos bancarem suas campanhas no que vem.
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) argumenta que usar dinheiro das emendas significa, na prática, retirar recursos que seriam utilizados em áreas como saúde e educação.
Outra fonte de recursos prevista são as compensações fiscais concedidas às emissoras de rádio e televisão que transmitem os programas partidários.
Na prática, esses programas deixam de existir em anos não-eleitorais e o recursos poupados são transferidos para financiar as campanhas eleitorais.