Se Lula for condenado em segunda instância e não puder concorrer, os antigos aliados do PT não parecem dispostos a se unir. A ideia, nesse caso, será investir na disputa “pulverizadaâ€, com muitos candidatos do mesmo espectro polÃtico.
“Nós já começamos a fazer consultas sobre nomesâ€, admitiu o deputado Orlando Silva (PC do B-SP), que foi ministro nos governos comandados por Lula e por Dilma Rousseff.
Nos bastidores, tanto integrantes da oposição como aliados do presidente Michel Temer dizem que muitos lances para 2018 estão congelados, à espera da definição sobre Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto.
“Mas nós começamos o degeloâ€, disse Silva, que não exclui a possibilidade de o PC do B lançar candidato próprio à sucessão de Temer.
O PDT, outro aliado histórico do PT, faz os cálculos para 2018 contando que Lula será barrado pela Justiça. “É mais do que legÃtimo o PT manter a candidatura de Lula, mas penso que ele não será candidatoâ€, afirma o presidente da legenda, Carlos Lupi.
O partido aposta na candidatura de Ciro independentemente de Lula ser candidato. No entanto, segundo Lupi, caso o petista fique fora da disputa, Ciro pode crescer nos redutos petistas. “É pouco provável que o PT venha a nos apoiar, por isso não muda muito para o PDT, mas, sem Lula, Ciro passa a ter um potencial de crescimento grande no Nordesteâ€, disse.
Com base na avaliação de que o petista será impedido, o PDT tenta entabular conversas com PC do B, PSB e com o próprio PT de olho em ampliar o leque de alianças em torno de Ciro.
Para a direção da legenda, a eventual ausência do petista pode acelerar uma reorganização da esquerda, com a deserção de setores do PT, ainda para 2018.
A Rede da ex-senadora Marina Silva, que em 2014 ameaçou a reeleição de Dilma Rousseff, diz que a possÃvel ausência de Lula em 2018 não interfere nos planos do partido. No entanto, aliados de Marina, admitem que ela pode herdar votos do petista.