S&P rebaixa nota da dÃvida do Brasil S&P rebaixa nota da dÃvida do Brasil 12/01/2018
- AFP + Estadão Conteúdo
A Standard and Poor’s (S&P) aproximou a nota da dÃvida soberana do Brasil para o terreno especulativo, ao baixá-la de “BB†para “BB-".
A agência internacional de risco coloca o rating do paÃs três degraus abaixo do grau de investimento. A perspectiva para a nota passou de negativa para estável.
O decisão de ontem à noite já era esperada por parte do mercado diante das dificuldades do governo do presidente Michel Temer para aprovar a reforma da Previdência.
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Ao justificar a decisão, a agência destacou como “uma das principais fraquezas do Brasil†o atraso na aprovação de medidas fiscais que reequilibrem as contas públicas.
“Apesar de vários avanços da administração Temer, o Brasil fez progresso mais lento que o esperado em implementar uma legislação significativa para corrigir a derrapagem fiscal estrutural e o aumento dos nÃveis de endividamentoâ€, destacou a agência, acrescentando que as incertezas por causa das eleições de 2018 agravam esse cenário.
A pasta ressaltou ainda que o governo tem tido o apoio do Congresso Nacional para tocar essa agenda.
“Sempre contamos com o apoio e com a aprovação das medidas necessárias para o PaÃs pelo Congresso Nacional e temos certeza que o mesmo continuará a trabalhar em favor das reformas e do ajuste fiscal fundamentais para o Brasilâ€, diz a nota.
Segundo apurou o Broadcast, serviço de notÃcias em tempo real do Grupo Estado, o trecho foi incluÃdo a pedido do presidente Michel Temer para tentar apaziguar os ânimos depois que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ao blog do jornalista João Borges, da GloboNews, que lamentava a não aprovação das medidas fiscais pelo Congresso.
A declaração de Meirelles, feita antes da divulgação da nota, foi criticada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Resposta de um candidato, uma penaâ€, alfinetou Maia, que tem atacado o ministro, de olho nas eleições.
Para a pasta, a agência está “corroborando as propostas da equipe econômicaâ€.
A S&P ainda avalia, segundo a Fazenda, que há cenários que podem levar a uma eventual reversão da decisão de rebaixamento, como a retomada do crescimento em função das medidas macro e microeconômicas já adotadas e a aprovação das reformas. “Uma elevação da nota, portanto, seria decorrente da aprovação das medidas fiscais propostasâ€, ressaltou a pasta.
Segundo a Fazenda, o governo está comprometido com a consolidação fiscal, que deve progredir com a agenda de reformas em debate no Congresso Nacional, e com a melhoria da produtividade e retomada do crescimento.
“O governo reforça seu compromisso em aprovar medidas como a reforma da Previdência, tributação de fundos exclusivos, reoneração da folha de pagamentos, adiamento do reajuste dos servidores públicos, entre outras iniciativas que concorrem para garantir o crescimento sustentável da economia brasileira e o equilÃbrio fiscal de longo prazoâ€, afirma a nota.
O presidente do Congresso, senador EunÃcio Oliveira (MDB-CE), afirmou que os parlamentares não podem ser responsabilizados pelo rebaixamento da nota do Brasil.
Para ele, o governo errou ao não optar por uma reforma da Previdência mais enxuta e concentrou boa parte de sua energia para barrar as denúncias contra o presidente Michel Temer.
“Neste cenário, a equipe econômica não se movimentou para fazer um debate amplo (sobre a reforma com o Congresso). Foi achar que poderia tirar direito adquirido de trabalhadores rurais, e a discussão ficou em torno disso.â€