O resultado do julgamento do ex-presidente pelo Tribunal Regional da 4.ª Região (TRF-4) na quarta-feira, em Porto Alegre, põe em xeque o futuro do PT pós-Lava Jato.
Dessa forma, ele teria direito a mais um recurso judicial.
“Se Lula for condenado, não teremos mais normalidade institucional no Brasilâ€, afirmou ao Estado a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR).
“A partir do dia 24 será luta cerrada. Estão cutucando a onça com vara curtaâ€, emendou.
Na prática, toda a energia do partido está concentrada em fazer com que o nome de Lula esteja na urna em outubro.
Dependente de seu lÃder, o PT teme minguar na Câmara e no Senado, se o ex-presidente ficar fora do páreo.
Em 2016, ano do impeachment de Dilma, a legenda perdeu 60% das 530 prefeituras sob seu comando, incluindo a de São Paulo, considerada a “joia da coroaâ€.
“O PaÃs e a democracia estão à deriva e uma eleição sem Lula só vai aumentar este caosâ€, disse o ex-ministro Tarso Genro.
Ex-governador do Rio Grande do Sul e integrante da corrente Mensagem ao Partido, Tarso defende a “refundação†do PT, proposta já apresentada por ele após o mensalão, em 2005.
Questionado se a sigla poderá ser dizimada nas urnas, se Lula tiver a candidatura impugnada, Tarso duvidou.
“O PT não acabará em termos eleitorais nem vai desaparecer porque sua memória, em termos sociais, vai ser cada vez mais positiva à medida que as desigualdades aumentaremâ€, afirmou.
Menos de dois anos após deixar o Planalto na esteira do impeachment de Dilma, o PT enfrenta agora o maior desafio de seus 38 anos, que serão completados em fevereiro, quando Lula lançará nova Carta ao Povo Brasileiro.
Na campanha de 2002, o documento idealizado por Antônio Palocci, visto hoje como “traidorâ€, foi produzido sob medida para acalmar o mercado, mas agora o ex-presidente quer detalhar o que já fez.
Na carta de 2018, Lula não vai adotar tom de revanche como o do palanque.
“Falam do ativo do PT, mas e o passivo de 14 milhões de desempregados?â€
Na avaliação do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), o cenário eleitoral somente ficará mais claro após o julgamento do TRF-4.
“Estamos todos presos à hipoteca do Lula, que não sabemos quando será resgatadaâ€, comparou ele.