No ano passado, o rombo previdenciário cresceu R$ 40 bilhões, alcançado R$ 268 bilhões, valor suficiente para comprar a Petrobrás, uma das maiores companhias do Brasil.
Naquele momento, o valor da petroleira na Bolsa era de R$ 258 bilhões.
Com a reforma, a equipe econômica espera alcançar uma economia próxima de R$ 600 bilhões com gastos previdenciários nos próximos dez anos, sendo R$ 500 bilhões a menos em despesas com o INSS e outros R$ 87,7 bilhões nas aposentadorias do funcionalismo público federal.
O mercado financeiro acompanha com atenção os passos do governo no esforço de aprovar a medida.
Em janeiro, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) voltou a rebaixar a nota do Brasil e deixou a economia brasileira três patamares abaixo do grau de investimento por causa adiamento da reforma e pela incerteza com o cenário polÃtico.
“Se a reforma da Previdência não passar, o ano tende a ser mais instávelâ€, afirmou Nelson Marconi, professor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo.
Com um possÃvel desempenho fiscal “ruimâ€, ele avalia que pode ocorrer uma ampliação da avaliação negativa do PaÃs no exterior.
O professor Otto Nogami, do Insper, teme que uma piora externa prejudique o fluxo de recursos estrangeiros ao PaÃs.
“O capital estrangeiro, hoje, desempenha um papel preponderante na economia do Brasil. A não aprovação da reforma pode alterar toda a perspectiva futura da economiaâ€, alertou.
“O cenário de aprovação da reforma leva ao crescimento mais acelerado e vai elevar a credibilidade, provocando euforia nos mercadosâ€, disse Savoia, apontando que o preço dos ativos não está incorporando a aprovação da reformulação previdenciária.
Savoia, entretanto, chamou atenção à dificuldade de se criar um consenso sobre a Previdência e o corte de gastos no Brasil.
“NotÃcias falsas dificultaram ainda mais a percepção de necessidade da reformaâ€, disse o especialista.
O governo enfrenta dificuldades para levar adiante a reforma da Previdência.