PF encontra remessa da Odebrecht a ex-dono do terreno do Instituto 24/02/2018
- Julia Affonso, Luiz Vassallo e Ricardo Brandt - O Estado de S.Paulo
A perÃcia do sistema de propina da Odebrecht identificou os pagamentos da empreiteira, no Brasil e no exterior, para a compra do terreno do Instituto Lula.
Num dos e-mails, o ex-diretor da Odebrecht Realizações Imobiliárias Paulo Melo pede que executivos do setor de propinas programem três pagamentos de R$ 1,057 milhão.
A perÃcia encontrou, na contabilidade do sistema “Drousysâ€, usado pela Odebrecht para controlar as remessas ilegais, pagamentos para o condinome “Bellugaâ€.
De acordo com as investigações, os repasses para “Belluga†tinham como destinatário contas ligadas a DAG Construtora, empresa usada pelo empreiteira baiana para comprar o terreno do Instituto.
A perÃcia afirma que os pagamentos tiveram como beneficiários as offshores Beluga Holdings LTD, Jaumont Services Limited e a DAG Construtora.
A perÃcia ainda aponta a DAG Construtora, o engenheiro Glaucos da Costamarques e o escritório Teixeira, Martins Advogados como "beneficiários fÃsicos" dos repasses atrelados ao codinome "Beluga".
Em um dos trechos do documento, anexado ontem pela PolÃcia Federal nas investigações de compra do terreno do Instituto, a PF diz que há indÃcios de que parte dos repasses feitos a DAG teriam tido como destino final o empresário Glaucos Costamarques.
O valor total retirado da conta de propina sob o codinome seria de R$ 1,034 milhão e Glaucos da Costamarques teria recebido R$ 800 mil por meio da DAG.
O juiz Sergio Moro deu prazo de 15 dias para a defesa de Lula e para o MPF analisarem os arquivos periciados.
COM A PALAVRA, O ADVOGADO CRISTIANO ZANIN MARTINS, QUE DEFENDE LULA
“A perÃcia realizada pela PolÃcia Federal nos autos da Ação Penal nº 5063130-17.2016.4.04.7000/PR, não estabeleceu qualquer vÃnculo entre contratos da Petrobras com os imóveis indicados na denúncia e muito menos apontou o pagamento de qualquer vantagem indevida a Lula, como sempre foi afirmado pela defesa do ex-Presidente.
Lula jamais praticou qualquer ato para favorecer a Odebrecht ou qualquer outra empresa no cargo de Presidente da República, tampouco pediu ou solicitou vantagens indevidas.
A mesma perÃcia destacou que não conseguiu “colocar em funcionamento o sistema MyWebDay†e que a análise foi realizada com base “fragmentos de relatórios financeiros, todos em formato PDF†entregues pela Odebrecht, que não servem para fazer prova de qualquer fato. Reforça esse entendimento os peritos da Policia Federal terem identificado arquivos que foram modificados após o MPF ter recebido o material da Odebrecht (página 82 do laudo)â€.