Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro obteve 5.823.728 votos, com uma participação de 8.6 milhões dos mais de 20 milhões de eleitores (43% do total) que foram chamados às urnas, o que se traduz em um das porcentagens de participação mais baixa da história venezuelana.
Outro tanto ficou com as alianças opositoras Mesa da Unidade Democrática e Frente Ampla, que pediram a abstenção por considerar que o pleito era fraudulento – para eles, a participação na “farsa eleitoral†não chegou a 30%.
O chavismo, estilo de governo implantado por seu antecessor, Hugo Chávez – que morreu em março de 2013 – , controla o poder polÃtico na Venezuela desde 1999.
A vitória de Maduro ocorre em meio a uma das mais profundas crises econômica e social vividas pela Venezuela, com desemprego crescente, inflação fora de controle e a fome ameaçando boa parte da população – muitos têm deixado o paÃs, parte deles para o Brasil.
“Henri Falcón, Javier Bertucci (…), todos os lÃderes da oposição, que nos reunamos, nos encontremos e falemos da Venezuela. Convido-os aqui e assumo a responsabilidade deste chamadoâ€, disse Maduro nos arredores do Palácio de Miraflores, em frente a centenas de simpatizantes.
O presidente repudiou a posição de seu principal adversário, Falcón, que decidiu não reconhecer o processo e exigir que sejam feitas novas eleições.
“Não tinha visto nunca na vida que um candidato desconhecesse os resultados, sem que os resultados tivessem sido dados. Parece que não há honra, não dá para buscar muito de honra e de moral nas filas opositorasâ€, disse Maduro.
Antes de terminar o dia de votação, tanto Falcón quanto Bertucci denunciaram que foram registradas mais de mil violações à lei eleitoral cometidas pelo chavismo governante e acusaram Maduro de usar “pontos vermelhos†de controle próximos aos locais de votação para obrigar o “povo†a votar pelo candidato à reeleição.
Bertucci, por sua vez, pediu ao já reeleito presidente para repetir a eleição e apontou que “este paÃs ficou grande para o candidato oficialistaâ€.
Bertucci insistiu na acusação de que Maduro teve “vantagem†ao oferecer ajudas sociais com “os recursos do Estado†e ao utilizar “os pontos vermelhos para tentar comprar e oferecer descaradamente bônus e dinheiro à s pessoas que votavamâ€.
“A farsa das eleições não muda nada. Precisamos que o povo venezuelano controle este paÃs… uma nação com muito a oferecer ao mundoâ€, escreveu no Twitter o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
“Os Estados Unidos estão do lado das nações democráticas no mundo que apoiam o povo venezuelano e seu direito soberano de eleger seus representantes em eleições livres e justasâ€, acrescentou.
Segundo ele, uma resposta às eleições de ontem será discutida em um encontro do G20 em Buenos Aires nesta segunda-feira.
VOTAÇÃO EM PAZ
A presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, anunciou os resultados após um brevÃssimo discurso no qual pediu “a todos, nacionais e estrangeiros, que respeitem os resultados eleitorais, que respeitem o povo da Venezuela, que decidiu e decidiu em pazâ€.