Calote de partidos chega a R$ 3,6 milhões 27/08/2018
- Matheus Lara - O Estado de S.Paulo
Sete dos 13 partidos que disputam a Presidência nas eleições 2018 somam mais de R$ 3,6 milhões em “calotes†registrados em cartórios do PaÃs.
O Estadão teve acesso a 52 protestos ainda em aberto (portanto, sem solução ou pagamento) contra diretórios do PT, PSDB, PSOL, MDB, PSL, PPL e Rede.
Em outubro de 2016, a empresa registrou três protestos por não receber por serviços prestados ao diretório estadual do partido.
Os registros citam mais de meio milhão de reais não pago pelo PT paulista.
A gráfica e editora Nucleograf, da capital, registrou, em março de 2015, um prejuÃzo de R$ 675 mil. Postos de gasolina, empresas de alimentação e a Eletropaulo, que distribui energia no Estado de São Paulo, aparecem como credoras do diretório.
Procurados pela reportagem, os diretórios estadual e nacional do PT não responderam sobre os protestos.
Contra diretórios do PSDB, estão registrados nove protestos que somam cerca de R$ 1,7 milhão – três contra o escritório estadual e seis contra o municipal.
O diretório estadual do PSDB em São Paulo não respondeu.
Diretórios do MDB somam pouco mais de R$ 11 mil em protestos registrados – a maior parte deles, R$ 10,8 mil, contra o escritório municipal em São Paulo, que tem como credor a Fazenda Nacional.
A assessoria de imprensa do diretório estadual paulista disse que o partido tomou conhecimento de um protesto no valor de R$ 677 feito pelo MunicÃpio de São Paulo pela reportagem do Estado e que providenciará o pagamento.
O MDB nacional não reconhece um protesto feito pelo Tribunal de Justiça do Tocantins no valor de R$ 133,50 e registrado no municÃpio de Miracema.
A representação municipal não foi localizada pela reportagem.
A Rede contesta a cobrança de R$ 2 mil protestados em maio deste ano por uma imobiliária num cartório em Rio Branco, no Acre.
De acordo com o porta-voz da sigla no Estado, Júlio Cesar Freitas de Sousa, o partido não tinha conhecimento da cobrança.
Contra o diretório paulista do PSOL, foram localizados três protestos; um que acusa o não pagamento de uma conta de luz no valor de R$ 333 à Eletropaulo, e dois da Fazenda Nacional referentes a multas eleitorais, que totalizam R$ 44,2 mil.
“Num momento em que a imagem dos partidos já está arranhada, esse tipo de problema, estar com o ‘nome sujo’ na praça, acaba piorando a situação.â€
Ele vê os diretórios municipais e estaduais mais expostos à possibilidade de não conseguirem arcar com seus compromissos.
“Só o (diretório) nacional recebe verba do Fundo Partidário, e esses recursos chegam escassos aos Estados e municÃpios. Um fornecedor que presta serviço a essas estruturas mais enfraquecidas acaba tendo um risco maior de caloteâ€, avaliou Campos.