As empresas Cotrans, Ouro Verde e J. Malucelli são investigadas por fraude no programa, que faz a manutenção de estradas rurais.
A 53ª fase da Operação Lava Jato cumpre três mandados de prisão em Curitiba.
Os alvos de prisão pela Lava Jato são:
- Deonilson Roldo – ex-chefe de gabinete de Beto Richa
Jorge Theodócio Atherino – empresário apontado como operador financeiro do ex-governador
- Tiago Correia Adriano Rocha – indicado como braço-direto de Jorge
Batizada de "Piloto", a 53ª etapa da Lava Jato cumpre 36 mandados judiciais em Salvador (BA), São Paulo (SP), Lupionópolis (PR) Colombo (PR) e Curitiba (PR).
O codinome "Piloto", de acordo com a força-tarefa da Lava Jato, se refere a Beto Richa na planilha da Odebrecht.
A investigação apura um suposto pagamento milionário de vantagem indevida em 2014 pelo setor de propinas da Odebrecht em favor de agentes públicos e privados no Paraná, em contrapartida ao possÃvel direcionamento do processo licitatório para investimento na duplicação, manutenção e operação da PR-323.
Ainda segundo a PF, os crimes investigados na atual fase são corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.
Do total de mandados, três são de prisão (duas preventivas e uma temporária) e 33 são de busca e apreensão.
Em contrapartida, a Odebrecht pagaria R$ 4 milhões a Roldo e ao seu grupo.
O esquema teria sido ajustado em três reuniões entre Roldo e representantes da empreiteira.
No entanto, após perÃcia da PF nos sistemas Drousys e MyWebDay do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, foi verificado que foram pagos R$ 3,5 milhões em cinco pagamentos entre setembro e outubro de 2014.
Os valores teriam sido entregues em São Paulo, em um condomÃnio relacionado à sogra de Jorge Atherino.
Conforme os procuradores, as provas indicaram que, após uma primeira reunião, Roldo voltou a se encontrar com executivos da empresa, informando que a ajudaria ilegalmente na licitação, mas para isso contava com o auxÃlio da empresa na campanha do governador daquele ano de 2014.
"Desta maneira, segundo as evidências, ele solicitou propinas para vender atos praticados no exercÃcio de sua função pública, com o pretexto de que supostamente elas seriam usadas em campanha", afirmou o MPF.
A terceira reunião teria ocorrido em 14 de fevereiro de 2014. No encontro, ainda segundo o MPF, o então chefe de gabinete afirmou que tinha procurado as empresas CCR e Viapar e que elas teriam indicado que não participariam da licitação.
Após diversos adiamentos dos prazos de entrega das propostas, em 25 de março de 2014, o Consórcio Rota das Fronteiras, composto pela Odebrecht, Tucumann, Gel e America foi o único a fazer proposta na licitação, segundo o MPF, e venceu concorrência pública.
Com um recurso protocolado junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná-PR (TRE-PR), a defesa de Richa conseguiu reverter essa decisão, e a investigação voltou para a Justiça Eleitoral.
De acordo com Moro, há a conexão com investigações em trâmite na 13ª Vara Federal de Curitiba sobre o próprio Setor de Operações Estruturadas.