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DE ÚLTIMA!

Entre fake-news e correntes, Whatsapp dominou debate eleitoral
14/10/2018 - Matheus Rocha - Época

Candidato a vice de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB) teria um suposto plano para confiscar poupanças.

O Partido dos Trabalhadores (PT) poderia distribuir mamadeiras com bicos em formato de órgão sexual.

Manuela D'Ãvila (PCB) teria usado uma camisa em que se lê “Jesus é Travestiâ€.


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Além de serem falsas, essas notícias compartilham mais um elo em comum: todas elas foram disseminadas no Whatsapp, aplicativo que nestas eleições ganhou protagonismo ao se transformar em palco de inverdades, desinformações e troca de ofensas.

Com 120 milhões de usuários no país, a ferramenta recebeu tanta relevância que Fernando Haddad, candidato petista à Presidência, chegou a responsabilizá-la pelo crescimento de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto.

A militância virtual do capitão da reserva é de fato um de seus maiores ativos para compensar os escassos 8 segundos de televisão.

Preocupado com o poder de influência do Whatsapp, Haddad decidiu articular ainda no primeiro turno uma empreitada contra as inverdades que circulam a seu respeito.

Batizado de Zap do Lula, um grupo foi criado para receber notícias que, aos olhos do eleitor, pareçam boatos ou informações manipuladas.

Já Marina Silva (REDE), candidata que terminou em oitavo lugar no primeiro turno, conseguiu na terça-feira (09) uma vitória contra o aplicativo.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a divulgação em 48 horas dos dados de usuários que gravaram um vídeo ofendendo a ambientalista.

Para Carlos Horbach, ministro que julgou a ação, o vídeo apresenta conteúdo “inegavelmente ofensivo à honra e à imagem da candidata representante, o que por si só justifica a remoção do conteúdo impugnado.â€

Ainda assim, evitar campanhas de desinformação na plataforma pode ser uma tarefa hercúlea, principalmente em razão da criptografia que impede o acesso das mensagens por terceiros.

É o que explica Fabrício Benevenuto, professor de ciência da computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

À frente do projeto Eleições Sem Fake, o acadêmico reconhece que mentiras podem ser espalhadas em qualquer meio, mas alguns fatores tornam o Whatsapp um terreno especialmente fértil ao boato.

“O aplicativo passa uma noção de confiança por existirem grupos de vizinhos, grupos familiares. São espaços onde o usuário está em contato com pessoas muito próximas a ele.â€

Nesse ambiente privado, seria ainda mais difícil desmentir informações falsas, uma vez que elas ganham credibilidade quando são transmitidas por pessoas que evocam confiança, como parentes e amigos.

O aplicativo também é a porta de entrada de muitos nas redes sociais, razão pela qual seria mais difícil para essas pessoas reconhecerem uma fake news.

“Elas não têm tanta malícia e não têm muito discernimento do que é confiável e do que não éâ€, explicou.

Aqueles que militam em determinada corrente política por vezes têm um papel determinante no processo, levando de maneira inadvertida dados equivocados de um grupo a outro.

Existem, no entanto, pessoas que propositalmente alimentam um ciclo de enganos e difamações.

Nesses casos, disse Benevenuto, normalmente há um interesse político por trás.

“Em um cenário polarizado, muitas pessoas não se importam se é falso ou não desde que reforce suas crenças.â€

Quando essas crenças são confirmadas por uma informação no Whatsapp, ainda que ela seja claramente fantasiosa, é pouco provável que o usuário se deixe convencer do contrário, mesmo confrontado por provas e evidências.

O pesquisador especula que o cenário de ceticismo seja delineado pela descrença em instituições tradicionais, como a política e a própria mídia.

Em 2017, essa crise de confiança foi confirmada pela agência internacional Edelman Trust Barometer, mostrando que 62% das pessoas não acreditam nas instituições brasileiras.

O levantamento constatou que a confiança na mídia caiu de 54% para 48%, e nas empresas despencou de 64% para 61%.

Quando o assunto é governo, apenas 24% das pessoas se mostraram confiantes.

Aliada à descrença generalizada, as facilidades que acompanham o Whatsapp enchem os olhos de muita gente.

Benevenuto comentou que diversas operadoras oferecem pacotes em que o uso do aplicativo é gratuito, mesmo que as pessoas não tenham internet para acessar outras plataformas.

“Isso é perigoso no sentido de que a pessoa passa a ver notícia através do Whatsapp. O acesso à grande mídia e à checagem de fatos é menor. Para ler alguns sites, é preciso pagar; mas no aplicativo, a informação de má qualidade chega gratuita e incluída no plano.â€

Há pelo menos três anos, as mensagens do Whatsapp fazem parte da rotina de Linea Mathias.

Aos 81 anos, a aposentada diz que o aplicativo a agradou por seu dinamismo e praticidade.

“Eu não ligo muito para computador porque os considero lentos. Como sou muito ansiosa, com o Whatsapp posso falar na hora. Ficar sentada em frente ao computador me dá ansiedade, me cansa um pouco.â€

No primeiro turno das eleições, a moradora de Ipanema, Zona Sul do Rio, trocava frequentes mensagens sobre assuntos ligados à política.

Embora neste segundo turno diga estar saturada do tema, não esconde a admiração que nutre pelo juiz Sérgio Moro.

“Eu gosto muito do Moro. Tudo o que me mandam sobre ele eu gosto e aprecio. Inclusive meu neto se formou em direito e eu queria que ele fosse juiz, mas ele não quis, não. Ele quer ser delegado.â€

Para Mathias, a única plataforma capaz rivalizar com o aplicativo é mesmo a televisão, a qual costuma dar mais atenção quando fica sozinha em casa.

Tirando o aparelho, o “zap†monopoliza boa parte de seu tempo.

“Eu estou quase uma viciadaâ€, admitiu em tom de brincadeira.


  

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