|
CURTO & GROSSO
Edição de 14/02/2006
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br
00:00
Leitura dinâmica – 1:
Cálculo do Índice de Participação dos Municípios passará a ser feito pelo TCE...
...
Recuerdos de Chacororé:
“A polêmica partilha do “bolo” tributário, se for seguido o que estabelece a Constituição, será definida pelo Tribunal de Contas do Estado, a exemplo do que acontece com o Tribunal de Contas da União, que estipulou os percentuais do FPE -- Fundo de Participação dos Estados, e do FPM – Fundo de Participação dos Municípios.
Conforme dissemos, o Estado, por ser partidário -- ou seja, ligado a uma determinada corrente político-partidária e/ou grupos de interesse – pode perfeitamente puxar a sardinha pra brasa de sua turma. Aliás o que acabou acontecendo e motivou todo o berreiro dos municípios não produtores de soja.
Já a AMM – Associação Mato-grossense dos Municípios, à qual o governador Blairo Maggi “delegou” a responsabilidade, do ponto de vista legal, nem entidade pública é. É, sim, mais uma entidade de classe, como qualquer outra – com a diferença de que congrega prefeitos, assim como outras congregam produtores rurais, professores, empreiteiros, camelôs, arquitetos, jornalistas, colecionadores de selos e até gays, lésbicas e simpatizantes.”
SuperSiteGood, 25 de fevereiro de 2005 – lá se vai quase um ano...
...
Well...
Agora, só falta o deputado Carlos Brito, autor da proposição, fazer o competente depósito na conta deste pobre marquês, a título de prestação de serviço de consultoria.
KKKK!!!
Leitura dinâmica – 2:
Governo implanta o MT Regional...
Traduzindo:
Conforme antecipamos...
Olha o Padic aí, gentes!!!
Sempre em véspera de eleição, como nos “bons tempos” da Era Dantesca.
Me engana que eu gosto!
Padic é aquele programa que “fomenta” a votação de candidatos chapas-brancas nos grotões de Mato Grosso.
Primo-rico Erário-aí Maggi, digo, Eraí Maggi está disposto a torrar 10 milhões (não diz se de reais ou dólares) para virar senador, por uma razão bastante pragmática:
Está de olho na exploração da megajazida de fosfato recém-descoberta no município de Planalto da Serra, cujas reservas são suficientes para suprir as necessidades nacionais por um período de no mínimo 500 anos.
Entenda o caso:
Para abastecer suas inúmeras fazendas, o maior latifundiário de Mato Grosso montou um terminal exclusivo para importação de fosfato, no Porto de Antonina, e um misturador, também no Estado do Paraná, investimento que irá pro beleléu se a megajazida “cair em mãos erradas”, vamos dizer assim.
Erário-aí sabe que, desta vez, não pode contar com os bons ofícios de Jonas Pinheiro, por conta da “velha amizade” do senador com a multinacional Bünge – que já garantiu sua fatia na megajazida -- e agora só tem um caminho:
Investir pesado na própria candidatura ao Senado, para fazer lobby pra ele mesmo.
No pau da goiaba, escorado na “representatividade popular”, se for ¨do interesse público¨, poderá forçar a barra até que o primo governador e neo-mega-turbo-ecologista-modelo impeça a exploração da megajazida, “por razões ambientais” e assim salvar seus investimentos no Paraná.
É por Eraí, digo, é por aí...
Voltaremos à carga.
MT Gás será privatizada para viabilizar pólo gás-químico...
A intenção é “empurrar” a estatal-virtual para a Petrobrás.
Só falta combinar com a vítima...
KKKK!!!
Bem a propósito:
A MT Gás foi “tramada”, vamos dizer assim, para favorecer os negócios da Enron e não ao interesse público.
Aliás, não se trata de coincidência o fato de um prestador de serviços da tenebrosa empresa texana – nosso gasoso Zé Veneno – ter sido o primeiro presidente da estatal-virtual.
Quem quiser saber exatamente como a multinacional atua nos países de terceiro mundo, basta ver o filme Syriana, ainda em cartaz no Pantanal Shopping.
Aproveitando a balada:
Comitiva de Mato Grosso que foi ao Rio defender a implantação de um pólo gás-químico em Cuiabá, tomou um baita chá-de-cadeira, com direito a ¨mico¨, durante a visita à sede da Petrobras, ontem à tarde.
Ao contrário do que todos os convidados imaginavam, apenas o prefeito WC, digo WS e a senadora Serys Ex-Slhessarenko foram recebidos pelo presidente da estatal.
Os demais -- inclusive o presidente da Assembléia e o deputado federal Lino Rossi -- tiveram que esperar no saguão.
Ainda bem que a demora foi amenizada pelas bravatas do ¨Bríncipe¨ Auad, que preencheu o tempo esculhambando o governador do Estado, Blairo Maggi e o super-hiper-ultra-plus-secretário-chefe da Casa Civil, Luiz Antonio Pagot, arrancando gargalhadas e ajudando espantar o tédio.
Só no final do expediente a comitiva teve acesso à sala do presidente da estatal para uma breve sessão de fotos com toda a bugrada -- no caso dos deputados e agregados, para justificar diária e despesas e, no caso dos empresários, a desculpa estatutária para Dona Patroa -- Rio é Rio, além do quê, estamos na lua cheia e véspera de Carnaval, sacumé...
Foi quando alguém da comitiva argumentou que a Petrobras só não está presente em Mato Grosso.
Foi a gota d´água:
O diretor de Expansão da estatal não deixou barato:
Lembrou que a Petrobrás não está em Mato Grosso por culpa do presidenciável que virou motorista de madame, pois quando tentou fazer o gasoduto até a Bolívia, foi impedida pelo Sumo Sacerdote da Era Dantesca, que preferiu uma subsidiária da multinacional Enron -- obra que, casualmente -- acontece -- foi realizada pela empreiteira do irmão do então governador, que, sem a Petrobras no páreo, ficou livre de disputar concorrência.
O Sumo Sacerdote da Era Dantesca -- que integrava a comitiva e ouviu a justificativa de corpo presente -- no melhor estilo ¨Avestruz Master¨, só não enfiou a cabeça no piso porque não deu tempo, pois logo o assunto foi dado por encerrado.
A Petrobras tentou de novo fincar raízes no Estado, já na Era da Botina, quando da constituição da MT Gás, mas foi escanteada, porque, como dissemos acima, a estatal-virtual foi idealizada só para atender aos interesses da Enron.
Resumo da ópera bufa:
Para não dizer que não serviu para nada, até pelo tratamento dispensado à comitiva, a visita à diretoria da Petrobrás serviu para deixar claro que Cuiabá é a última opção da estatal -- por outra: a segunda depois da última -- que passou a ser Campo Grande.
Entenda o caso:
O novo governo do companheiro-presidente Evo Morales agora reivindica a implantação do pólo gás-químico -- um empreendimento binacional --, em Porto Soarez, na divisa da Bolívia com Mato Grosso do Sul.
Deve ser a opção escolhida, pois livra a estatal de uma baita guerra com os organismos ambientais brasileiros e com o Ministério Público. De quebra, acaba com essa pueril briguinha paroquial Cuiabá versus Campo Grande -- a versão hodierna da heróica Batalha de Itararé, aquela que não existiu.
Amanhã, mais detalhes da viagem ao Rio, que valeu pelo passeio -- mais nada...
...O que não impede o prefeito WC, digo, WS de continuar torrando dinheiro público em ¨campanhas patrióticas¨, para vender ilusão.
Compartilhe:
Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.
Comentário de Douglas (dougabot@uol.com.br) Em 14/02/2006, 15h59 |
Clone? |
Se estiver correta a assertiva do colunista, podemos considerar que o nobre alcaide guarda uma semelhança com o oportunismo do deputado Sérgio Ricardo, em ficar abraçando bandeiras popularescas somente para aparecer bem na foto? Coisiquinha mais feinha... |
|
|