CURTO & GROSSO

Edição de 20/01/2017

Marcos Antonio Moreira - fazperereca@yahoo.com.br

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Por mais imponderável, não falta "antenado" para surfar na onda do noticiário, garantindo ter previsto acontecimento tal -- trágico, claro --, de preferência envolvendo notável, tipo artista, jogador de futebol, figurão da República, os VIPs.

Com a notoriedade conquistada na mídia, o elemento aproveita o embalo para vender seu peixe, seja escapulário, banho de descarrego para "potreção", uma gama de produtos que, "por acaso", tem ali mesmo à pronta entrega.

Quando o freguês não tem essa "sorte", recomenda a lojinha de um "conhecido", especializada em kit-urucubaca, cujo preço varia conforme a "cesta" e a cara de assustado do suplicante. Olho arregalado? Viés de alta...

A "presença" -- traje, maneira de falar, "anel de dotô", camionetão estacionado à porta, motorista particular, boton de parlamentar estadual ou federal, trejeitos -- também inflaciona o estoque do (a-rrá!) parente comerciante.

Aproveitam-se, por sua vez, os "videntes" de estimação de colunistas. A comprovação de seus dotes divinatórios está na ordem direta do número de recortes em que, graças a spam, "se aparece" fotografado ao lado de colunáveis.

A reprodução de "original" de cartas e e-mails viralizados na net com "advertenças ao praneta" e às vítimas da tragédia da hora, valoriza bem o passe. Postagens e comentários favoráveis no You-Tube, é a glória!

Tá demorando para pintar esses seres no momentoso caso Teori Zawascki, ministro-relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, morto há exatas 24 horas na queda de um avião King Air no mar de Paraty. Questão de tempo.

Em compensação, já pipocam na mídia toda a sorte de masturbação mental. As mais piradas teorias conspiratórias dão como certo, por detrás dos cordeis, o envolvimento da "Jararaca" e do "666" na funesta ocorrência.

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Na cloaca do diabo das redes, boa parte dos que acusam Lula de estar por trás do “assassinato” de Teori também defende a indicação de Moro para o Supremo.

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Mais uma vez o realismo mágico interfere nos destinos nacionais, de maneira brutal.

A morte trágica do ministro Teori Zavascki, às vésperas de homologar as delações premiadas de Marcelo Odebrecht e associados, parece saída do mesmo autor da doença e morte de Tancredo Neves às vésperas de assumir a presidência da República, em 1985.

Uma urdidura dos diabos, na definição de um ministro do STF.

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A morte inesperada de Teori deixa a Lava-Jato em xeque. O ex-ministro era respeitado por envolvidos, desafetos e aliados da operação comandada pelo juiz Sérgio Moro. Não será fácil encontrar um sucessor para ele com um perfil igual ou parecido. O novo ministro levará um bom tempo para dominar o assunto.

É possível que desta vez, preocupado com sua imagem, o STF ofereca uma saída rápida pelo menos para a escolha de quem tocará ali a Lava-Jato depois da morte de Teori. Em tese, caberia ao ministro a ser nomeado por Temer herdar os processos que estavam a cargo de Teori. Mas, se quiser, o STF poderá dar outra solução.

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VITROLÃO DO SAITE BÃO

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