O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado nesta quarta-feira a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, uma sentença da qual poderá recorrer em liberdade, mas que ameaça uma eventual candidatura às eleições de 2018.
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A aprovação da reforma trabalhista pelo plenário do Senado, por 50 votos a favor, 26 contrários e uma abstenção, foi uma vitória do governo, mas foi, sobretudo, uma derrota da oposição e de sua estratégia tonta, antidemocrática, oportunista e machista.
Machista porque se escondeu atrás do corpo da mulher no momento em que cinco senadoras, comandadas pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), ocuparam as cadeiras da Mesa Diretora da Casa e impediram que a sessão prosseguisse.
Ficou claro, na votação da reforma trabalhista, que se o governo de Michel Temer tem enormes dificuldades para se sustentar, devido à crise política, a oposição encontra também obstáculos gigantescos e não sabe o que fazer. Definitivamente, não sabe.
Tanto é que Gleisi deixou escapar que havia consultado o presidente da CUT, Vagner Freiras, e que este havia dito para o grupo resistir.
A lenta recuperação econômica, a necessidade de que privilegiados se enquadrem em normas previdenciárias mais justas; o apoio à lei que permita ao trabalhador liberdade para enriquecer sem intermediário; tudo isso levou a elite do setor público a arrancar o pino da granada.
A reforma sanitária de 1988 representou mudança radical de paradigma na organização do sistema público de saúde. O próprio nome carrega a ousadia da proposta arquitetada por nossos constituintes: Sistema Único de Saúde.
A distância entre a intenção e a realidade, no entanto, é flagrante. O claro subfinanciamento do SUS, com um investimento em torno de US$ 350 anuais por habitante, resulta em enormes gargalos e desafios.
Nesse sentido, a realidade trai o sentido original pretendido. Nem o sistema é único, nem a saúde suplementar é propriamente suplementar.
A oposição ao governo dá por perdida a batalha na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para aprovar a denúncia do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, contra Michel Temer por crime de corrupção passiva. Os partidários da ascensão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da República, também dão.
Para a Rede Globo e muitos políticos, Michel Temer já caiu: só falta avisá-lo de que seu mandato acabou.
Para grande parte da imprensa, mesmo que Temer sobreviva a esta primeira denúncia, não resistirá à seguinte (e, se sobreviver, ainda haverá uma terceira).
Para o deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, primeiro na lista de sucessão, nem é preciso esforçar-se para chegar ao Planalto: o poder cairá no seu colo.
Para este colunista, a previsão (nome chique que o pessoal citado acima dá ao palpite), é de que Temer tem boas probabilidades de resistir.
Qual é a fonte em quem tanto confia este colunista? A fonte é um bom analista, César Maia. Mais do que bom analista, é pai do deputado Rodrigo Maia.
Invasão da Mesa do Senado por Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Gazziotin (PCdoB-AM), Lídice da Mata (PSB-BA) e Regina Souza (PT-PI) tem de ser severamente punida. Trata-se de uma agressão à democracia.