Nos últimos dias e horas, a fazendeirama anda levando uma porretada atrás da outra e o "melhor": ninguém reage, a começar deles próprios e das Famatos e Acrimates da vida, que existem e são muito bem tratadas exatamente para isto.
Nas inserções do partido Solidariedade na TV, o proprietário da legenda, um certo (?!!!) Paulinho da Força, diz sem rodeios que a Previdência está quebrada por culpa dos fazendeiros, useiros e vezeiros em sonegar o Funrural.
Ora, quem recolhe do agricultor e/ou pecuarista, mas não repassa o que é devido ao governo são as tradings e frigoríficos. Descontam, embolsam a grana e ainda recorrem ao Supremo. Perdem e alegam que só vale daqui pra frente.
Pior de tudo: em Mato Grosso, defendem a entrega das plantas frigoríficas da JBS/Friboi para primos do ministro da Agricultura -- única "credencial" a abonar (?!!!) a biografia da dupla. A outra, pelo menos, tinha um banco. Essa, só gogó.
Também na telinha, o Partido Verde se jacta de ter eleito "o deputado menos votado do Brasil". É esta brava gente desocupada que mais aporrinha nosso produtor. Picaretas confessos, pois gente séria não se mete em política.
Do lado de cima do Equador, mais porradas. Os Estados Unidos embargaram toda importação de carne bovina "in natura" e a Noruega -- onde se produz o legítimo bacalhau português -- passou o podão no Fundo Amazônia.
Aproveitando a correnteza, a noruegada -- que também aplica uns courinhos de rato na região -- deve fazer o mesmo com relação ao Pantanal, por conta da procelosa "retificação" do rio Paraguai. Qüestã de tempo.
O mais triste é que ambos estão prenhes de razão. Se Tio Sam inspeciona 100% dos cortes importados do Patropi, por que nesse "paí abençoá por Dê e boni por naturê" não se faz o mesmo, sabendo que o cliente é cricri?
Lá se foram anos e anos de insistência até conseguir uma pequena brecha e se joga tudo pelos ares, com um agravante: o mercado norte-americano é o mais rigoroso do planeta e serve como referência para os demais países.
Quer dizer: lá vem mais chumbo e do grosso, pois a sanidade animal acoberta uma disputa econômica feroz em que vale tudo. Vacilou, o pau entra duro e colocado. E Bráulio Mággico lá, entre um mimimi e outro, só coçando o finado.
A partir de 1.º de julho, Mato Grosso do Sul reduzirá de 12% para 7% a alíquota do ICMS sobre bovinos comprados no Estado, por um prazo de 90 dias. A medida deve estimular a compra de bois para abate em terras sul-mato-grossenses por frigoríficos de outros Estados.
O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Jonatan Pereira Barbosa, reconhece que o governo perderá momentaneamente parte da arrecadação, porém, ganhará “em velocidade de venda e na quantidade de animais vendidos”.
Em plena viagem oficial do presidente Michel Temer (PMDB) para Oslo, o governo da Noruega anuncia o corte de pelo menos 50% no valor enviado para o Brasil em projetos de combate ao desmatamento. O anúncio foi feito ontem em uma reunião entre as autoridades de Oslo e o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho.