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CURTO & GROSSO
Edição de 24/04/2002
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br
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O "rapa" promovido na Conta Única do governo de Mato Grosso nos últimos dias da administração Dante de Oliveira, através da farta distribuição e quitação de cartas de crédito, não surpreende.
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Na verdade, com pequena variação, o ex-governador repetiu no Estado a mesma fórmula que "deu certo" quando utilizou o Palácio Alencastro como trampolim para chegar ao Paiaguás.
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Em dois anos, Dante comprometeu as administrações futuras para se eleger governador. Até hoje, os servidores, principalmente, arcam com as conseqüências.
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Por coincidência, tanto na Prefeitura, como acaba de ocorrer no Paiaguás, Dante contou com os valiosos préstimos do primo e secretário Guilherme Frederico Müller -- o Nani.
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Na Prefeitura, o sucessor imediato, Cel. Meirelles, não pôde chiar porque Nani Müller é seu genro.
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Roberto França, o sucessor de Meirelles, por sua vez, também nunca denunciou a verdadeira situação de calamidade em que encontrou a Prefeitura da Capital, porque alimentava a doce ilusão de ser o candidato de Dante ao Paiguás.
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Ao romper, seis anos depois, França não podia mais abrir a boca.
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Com Rogério Salles está acontecendo a mesmíssima coisa. Pegou o Estado literalmente arrombado e vai ficar caladinho porque faz parte do PSDB e não quer ser acusado de prejudicar o desempenho eleitoral dos candidatos de seu partido -- Dante e Antero.
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As chamadas oposições, por sua vez, também dão sua mãozinha para que mais esta "esperteza" continue impune, enquanto o povo de Mato Grosso paga o pato, já que Dante deixou o Estado impossibilitado de contrair empréstimos internos e externos até 2008.
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Até o PT, cujo candidato a governador é membro do Ministério Público, parece encarar esta anomalia como algo absolutamente natural, normal, aceitável...
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Só para constar: toda carta de crédito tem que ter a assinatura do governador do Estado, do secretário de Fazenda e do secretário da pasta que contraiu a dívida.
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Mas, como conheço bem meu gado, é bem capaz de uns e outros sair dizendo por aí que não assinou nada ou que assinou sem saber de que se tratava...
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Acontece...
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Até no Brasil -- aquele país limítrofe -- acontece...
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As empresas de telefonia fixa colocaram no Serasa o nome dos assinantes inadimplentes.
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Agora, engrossa a lista dos que estão impedidos de fazer crediário nas lojas mais um contingente estimado em dois milhões de pessoas.
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O comércio deve ser o primeiro a sentir o baque. Depois, as indústrias.
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O expediente das teles é ilegal, porque o Serasa é um serviço de uso exclusivo dos bancos.
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Mas, como no Brasil -- aquele país vizinho --, vale-tudo...
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O preço dos remédios subiu 366% na Era FHC.
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E ainda tem tucano se perguntando por que José Serra não decola...
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Na denúncia mostrada no último domingo no Fantástico, um camarada diz ao repórter-secretário de Planejamento de São Gonçalo que a empresa dele vende "de alfinete a avião".
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Qualquer semelhança com a MS Almeida -- aquela empresa que fornecia o governo de Mato Grosso e prefeituras do PSDB -- é mera coincidência.
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Só não é um clone perfeito porque a empresa carioca tem sede e endereço verdadeiros e a MS Almeida "funcionava" em um terreno baldio na BR-364.
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Também diferem em outro aspecto fundamental: no Rio, depois da denúncia, a Câmara de Vereadores e o MP estão agindo.
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Aqui, a Assembléia Legislativa nunca se manifestou e os membros do Ministério Público que investigavam a denúncia tiveram que interromper seu trabalho...
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O jornal A Gazeta comemorou o primeiro aniversário da tragédia que vitimou mais uma dezena de pessoas em Cuiabá, em abril do ano passando, quando uma tromba dágua desabou sobre a Capital de Mato Grosso.
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O Diário Oficial Cover "informa" que a maioria dos desabrigados continua sem as casas prometidas pela Prefeitura...
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É o caso de se perguntar: por que não abrigar condignamente os desabrigados nas casas construidas com os milhões recolhidos mensalmente através do Fethab?
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O dinheiro não seria destinado para consertar estradas e construir casas populares?
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As estradas estão piores do que estavam, logo...
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...Só pode ter sido utilizado para construir casas...
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