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CURTO & GROSSO
Edição de 26/04/2002
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br
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Apesar das promessas, ainda não foi desta vez que o país ultrapassou a barreira das 100 milhões de toneladas de grãos -- uma produção ridícula diante do potencial das áreas já agricultadas.
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O principal insumo para ultrapassar aquela barreira -- o financiamento -- pode até ser suficiente, mas perto da metade, cerca de 45%, fica na mãos dos intermédiários.
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Por intermediários entenda-se os bancos -- os bancos oficiais, inclusive -- que inventam todo tipo de operações casadas para ficar com o dinheiro que deveria ser colocado na lavoura.
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Impede, também, o aumento da produção os pouquíssimos investimentos em pesquisa, a carga tributária e a precariedade da infra-estrutura.
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É da porteira pra fora, portanto, que a coisa não funciona.
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Da porteira pra dentro, só não se pode dizer que vai tudo muito bem porque -- pela razão já exposta -- o produtor trabalha com apenas 55% do crédito, mas é onerado em 100% -- sem contar os juros...
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45% da safra, portanto, se perdem nos bancos; de 5 a 10% no campo, por falta de investmentos em tecnologia, outros 10% se perdem nas estradas e outro tanto nos portos, completamente desequipados.
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Somados estes percentuais, temos a dura realidade: a agricultura brasileira opera 70% abaixo de sua real capacidade.
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Seria exigir demais, face a cumplicidade das autoridades com o sistema financeiro...
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...Mas, bastaria acabar com as operações casadas -- que seguram 45% do total -- e repassar integralmente para a conta do produtor o financiamento a que faz jus, para a safra brasileira, de um ano para outro, passar das atuais 98 milhões de toneladas para, no mínimo, 140 milhões de toneladas.
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Enquanto este belo e lindo dia não raiar, vamos ficar "comemorando" ridículos "recordes" como o desta safra 2002, que será 0,04% maior que a de 2001, conforme estimativa divulgada nesta quinta, 25, pelo IBGE.
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