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Cuiabá MT, 23/11/2024
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CURTO & GROSSO

Inscreva nosso RSSEdição de 16/05/2005

Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br


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Com o desabamento de um lance de arquibancadas na noite do último sábado, durante a abertura do rodeio na 16ª Feira Industrial e Comercial de Várzea Grande, despencou, também, um dos principais palanques do PFL no Reino Encantado de Vadjú.

O acidente -– que deixou 600 pessoas feridas, 50 delas em estado grave, notícia que correu o mundo, distribuída pela agência Reuters --, inviabilizou, ainda, o rendoso negócio com que o deputado estadual José Carlos de Freitas foi “presenteado” pelo ex-imperador Jota Veríssimo, de quem foi vice e a quem rende fidelidade canina.

Para quem não sabe, a Feicovag era utilizada para distribuir favores a eleitores -- ingressos, pontos de venda, etc -- e também como um valioso instrumento de aproximação com empresários e fornecedores, dos quais era exigido -- exigido, isto mesmo! -- participação ou patrocínio.

E para quem não ligou o nome à pessoa, José Carlos de Freitas -– o dono da Feicovag --, é aquele mesmo que propôs, entre outras sandices, a matança de jacarés, o fechamento do aeroporto internacional Marechal Rondon, a mudança do Hino de Mato Grosso e a criação do Dia da Soja.

Entre uma sandice e outra, “amparado” no cargo de deputado e escudado no poderoso padrinho, gastava o tempo forçando o aluguel da mesmíssima estrutura que desabou a prefeituras do interior e a organizadores de festas e rodeios.

Para se ter uma idéia da despreocupação do deputado -– que no momento do desabamento estava tomando uísque, cercado de “otoridades” e convidados na “Tribuna de Honra”, bem longe da patuléia -- basta lembrar que o Corpo de Bombeiros realizou duas vistorias nas arquibancadas – uma quarta e outra na sexta, 24 horas antes da tragédia, portanto --, ambas condenando as instalações, mas nem por isto o deputado se fez de rogado.

No Reino Encantado de Vadjú, para os fiéis vassalos de Jota Veríssimo, é assim: basta um “Você sabe com quem está falando?” para qualquer porta se abrir ou para qualquer norma legal ser “patrolada” -– para usar uma expressão do vocabulário do ex-imperador.

Esta semana, serão convocados a depor todos os protagonistas do pior acidente que Mato Grosso já teve e que manchou de sangue a festa dos 138 anos de fundação da Cidade Industrial.

Resta saber se o ilustre bípede não vai se escudar na condição de deputado e na tal “imunidade parlamentar” para tirar o seuzinho da reta, fugir às responsabilidades e ¨terceirizar¨ a cagada, debitando a culpa nas costas de “laranjas” -– aliás, como já está pintando.

Voltaremos ao tema.



Prefeito WC, digo, WS -– carregado de razão, registre-se --, quer partilhar o ônus do passe-livre estudantil com os governos estadual e federal.

Argumenta o prefeito, que a maior parte dos usuários do passe-livre – qualquer coisa parecida com 60% -- são alunos de escolas estaduais e uma parcela significativa estuda na Universidade Federal e faculdades particulares.

Nada mais justo do que reivindica o prefeito.

A proposta, porém, esbarra na resistência do governador do Estado, que se recusa a bancar a parte que lhe toca sob a cândida alegação de que “andar faz bem pra saúde”.

Para a saúde dos filhos dos outros, por supuesto, pois os filhos de “Meu Rei” vão à escola particular, em Curitiba (PR), a bordo de carros blindados, cercados de todo conforto e protegidos por seguranças.

Ora, ora, ora, ora!

Se andar faz bem pra saúde, por que S. Excia. não marcha a pé de seu apartamento no bairro Goiabeiras até ao Paiaguás, pela manhã, ao meio e à noite -- conforme muito bem lembrou nosso colunista Serafim Praia Grande?

Por que “Meu Rei” também não dispensa o carro blindado e o batalhão de seguranças para cobrir aquele percurso de pouco mais de três quilômetros?

Alguém precisa avisar com urgência o senhor governador que estamos em Cuiabá, onde chove seis meses por ano, o sol do meio-dia é de derrubar carrapato e andar à noite -- para todo mundo e não apenas para jovens e adolescentes --, é meio caminho andado rumo ao necrotério.






   

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