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CURTO & GROSSO
Edição de 07/12/2005
Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br
00:00
Prestenção, bugrada!
FATO RELEVANTE!
Agora, não vão faltar heróis, mas o fato é que, na reunião do Consemaggi, digo, Consema, realizada esta manhã no auditório da Fecomércio...
...O Salto Dardanelos foi salvo na undécima hora pelas duas únicas vozes discordantes: a OAB/MT, que questionou a viabilidade econômica e ambiental do empreendimento e a Universidade Estadual de Mato Grosso -- Unemat, que pediu vistas do processo e, literalmente, obrigou a Curadoria do Meio Ambiente a fazer o mesmo.
Com isto -- a menos que haja um golpe de mão -- a decisão sobre o licenciamento ambiental da Usina da Morte fica adiada para janeiro ou fevereiro do próximo ano, quando acontece a próxima reunião ordinária do Consema, o que, na prática, deixa a polêmica usina fora do pacote de licitação do Ministério das Minas e Energia, cujo prazo para obtenção daquele documento vence esta semana.
Todos os bastidores da misteriosa reunião do Consema amanhã, aqui mesmo nesta bat-calúnia.
Onde mais poderia?
Segue a transcrição da coluna publicada esta manhã, antes da reunião, até então em lugar incerto e não sabido:
Para um governo que divulga ¨investimento¨ de mil reais da MT Fomento em fábrica de calcinhas e comemora até a ¨geração de empregos¨ em barraca de churrasquinho de gato, não deixa de ser estranho, muito estranho – e bota “muito estranho” nisto! – o silêncio da Secom estadual e, por extensão, da “Valorosa Imprensa”, no que diz respeito à reunião do Consema que decide, hoje, investimentos no valor de 1,2 bilhão de reais, aforante os aditivos estatutários.
São 600 milhões destinados à construção de uma hidrelétrica no rio Aripuanã – que vai funcionar apenas oito meses por ano -- e outro tanto para um “linhão”, também na Amazônia de Mato Grosso, sem nenhuma palavra, nenhuma linha, nenhum registro, para não borrar a máscara do neo-mega-turbo ¨ecologista¨ Blairo Maggi.
Até parece coisa orquestrada.
Acontece...
A explicação para tamanha “transparência”: ambos os empreendimentos são do interesse exclusivo do grupo liderado pelo empresário Blairo Maggi, já que o Estado de Mato Grosso, do transitório governador Blairo Maggi, é autosuficiente e até exportador de energia e absolutamente não convém aos interesses permanentes do Estado a construção de uma usina deficitária; que a beleza cênica de um de seus patrimônios ambientais mais importantes seja desfigurado e que o potencial turístico da região das cachoeiras seja comprometido.
Para tamanha insistência, para não dizer teimosia, em levar avante um projeto sabidamente “micado” dos pontos de vista ambiental e financeiro existem, no mínimo, três “justificativas”, a saber:
1 -- Tudo é financiado com dinheiro público, ou seja, para a construtora Norberto Odebrecht e demais interessados diretos, pouco importa o que vai acontecer lá na frente: o negócio é botar a mão no bolo de grana agora, já. Se tudo der certo, privatizam o lucro. Se der errado, socializam o prejuízo...
2 -- Os “empreendedores” já têm assegurado algum tipo de ¨garantia¨ no sentido de que o prejuízo causado pela paralisação da usina durante quatro meses por ano será coberto ou via subsídios – com dinheiro público, claro -- ou que o déficit será compensado com o aumento do preço da energia ao consumidor final. Assim, a população de Mato Grosso, que já paga a conta de luz mais cara do país, pode preparar o lombo, pois terá de pagar a energia mais cara do mundo, apesar de viver em um Estado autosuficiente e exportador – só para engordar o cofrinho do empresário-governador...
3 – A empreiteira Norberto Odebrecht não tem a menor intenção de cumprir a exigência de paralisar a malfadada hidrelétrica quatro meses por ano, conforme parecer técnico, ou porque conta com as costas largas de uma estatal federal associada, a Eletronorte e de um empresário-governador diretamente interessado, ou porque – como aconteceu durante a construção da Usina dos Mansos – sabe, de antemão, que poderá assinar dois ou mais “Termos de Ajustamento de Conduta” -- coisa que só acontece em Mato Grosso --, não cumprir nenhum deles e ficar tudo por isto mesmo.
A quem interessar possa:
Se a construção da Usina da Morte for aprovada, o SuperSiteGood já conta com um patrocinador e vai instalar uma câmara de vídeo no Aripuanã, para que o e-leitor, através da Bem-TV – a TV do Bem --, possa verificar, em tempo real, o volume de água no Salto Dardanelos e na Cachoeira das Andorinhas, durante a seca, período em que a usina deverá ficar paralisada.
A qualquer momento, mais informações sobre a misteriosa reunião do Consemaggi, digo, Consema, que acontece hoje em LINS – Local Incerto e Não Sabido, em horário também não divulgado.
Enquanto sobra dinheiro e disposição para desfigurar um dos mais belos cartões postais de Mato Grosso e do país...
...Na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, a situação é de quase desespero, porque há dois meses o governo de Soja Majestade não repassa recursos e a UTI neonatal – que atende crianças prematuras pobres --está para ser fechada.
A situação não é muito diferente no antigo Hospital Geral, atual Hospital Universitário.
Entenda o caso:
A Secretaria Estadual de Saúde torrou tudo o que tinha na compra de velhas carcaças de hospitais falidos por este Mato Grosso afora – maior parte deles pertencentes a caciques políticos regionais ou agregados – e, agora, falta dinheiro para o essencial -- inclusive remédios de uso continuado.
Evidente que sairia muito mais barato construir novos hospitais que recuperar edificações com 30, 40 anos -- algumas delas fechadas há pelo menos uma década -- maior parte totalmente depredada...
...Mas como em Mato Grosso acontece coisa que até no Paraguai dá cadeia...
Voltaremos à carga.
Prestenção!
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Esperando o quê?
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Comentários dos Leitores
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Comentário de Lagartixa (beija-flor@net.com.br) Em 08/12/2005, 06h41 |
Pra quem lê |
Eu me cuido... E como!
Não tem pra ninguém. E tamos conversados. |
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