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CURTO & GROSSO

Edição de 05/05/2006

Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br

14:38

¨Meu Rei¨ versus ¨Bríncipe¨ Auad e ¨Sir¨ Percival

Roberto França Auad e Percival Muniz -– que controlam o diretório estadual do PPS em Mato Grosso -– apostam todas as fichas que “Meu Rei” está blefando quando diz que não disputa a reeleição caso a dupla insista em fechar a porta para partidos aliados.

Os ex-prefeitos de Cuiabá e Rondonópolis, respectivamente, acreditam que o empresário Blairo Maggi, depois de eleito, “pegou gosto pela coisa”, vamos dizer assim, e que não larga o osso.

Ambos estão sem mandato e com o prestígio em baixa.

O primeiro -- depois de amarelar na última hora, na eleição de 2002, quando desistiu de disputar o governo, “por culpa da verticalização” e, em 2004, não conseguir seguer colocar no segundo turno seu candidato ao Palácio Alencastro, mesmo com a máquinas municipal e estadual, além da “Valorosa” na mão -– se vale de tal “poder” sobre os convencionais para segurar a esposa, Iraci, como candidata a vice e, de quebra, quase um ano de governo, lá na frente. Imagina, ainda, que a condição de ¨segundo-damo¨ irá lhe garantir de novo um mandato e a presidência da Assembléia Legislativa.

O segundo, igualmente -– depois de não conseguir “emplacar” a esposa, Ana Carla, que amargou uma suplência na AL, em 2002, apesar do apoio da máquina da Prefeitura de Rondonópolis -– quer concorrer à única vaga no Senado. Sir Percival ¨Walker¨ Muniz -- o ¨Amigo do Johnnie¨ -- imagina que escocês vota, por certo.

A verdade é que os dois só tem alguma possibilidade de não acabar definitivamente varridos do mapa eleitoral se continuarem grudados como carrapatos no lombo de Soja Majestade. Por isto estão escorados no prestígio e, sobretudo, na capacidade do governador e (ainda) candidato à reeleição, de amealhar e, se for o caso, disponibilizar recursos do próprio bolso para a campanha.

Para quem quiser ouvir, França –- que por conta de uma bobeada de Soja Majestade e seus luas-pretas controla a maioria do diretório estadual, conforme revelamos aqui -- diz que, ao concordar com a indicação da esposa Iraci França para vice, “viabilizou” eleitoralmente a candidatura Maggi, em 2002.

Não é bem assim.

O único município que Maggi perdeu, em 2002, foi exatamente Dom Aquino -– terra adotiva da senhora Iraci França.

Mais:

Já na condição de vice-governadora, teve o título de cidadania honorária negado pela Câmara Municipal -- ¨efeméride¨ registrada aqui e só aqui, para variar um pouco.

O fato é que, tanto para Auad quanto para Muniz -– e de cambulhada para todas as lideranças políticas tradicionais que compuseram a chamada Coligação Mato Grosso Mais Forte, Blairo Maggi surgiu na undécima hora como única tábua de salvação e só não rodaram com todas as honras civis, militares e eclesiásticas na eleição de 2002, porque “Meu Rei” não se borrou diante do instituto da verticalização -– a desculpa improvisada por Auad para não enfrentar seu vizinho de rua, o ainda senador Pés de Barro, tido e havido, então, por Raimundo e todo mundo, como invencível -– menos por este pobre marquês, registre-se.

Fez mais Soja Majestade:

Salvo uma ou outra ajuda que pintou mais tarde, quando o quadro eleitoral já havia mudado, o empresário Blairo Maggi bancou a sua e a campanha da Coligação Mato Grosso Mais Forte com dinheiro do próprio bolso.

Estes são os fatos como se passaram, conforme já comentamos em “ene” oportunidades aqui.

Acontece, meu bem... acontece que “Meu Rei” vacilou justamente na hora e com quem não poderia jamais vacilar e, ingenuamente, permitiu que Auad e Muniz, via diretório estadual, assumissem o controle da situação.

Ambos representam o que há mais de atrasado e nocivo na praxis política -– aquela politicalhazinha rasteira, à base do compadrio, da cesta básica, do interesse pessoal, da bravata -– principalmente Roberto França Auad, que jamais disputou duas eleições consecutivas pelo mesmo partido ou ao lado dos mesmos companheiros.

Ambos não passam disto -– trânsfugas -- mas se acham.

Tanto se acham que, em reunião realizada na última segunda-feira à noite no apartamento de Blairo Maggi, no bairro Goiabeiras, diante de testemunhas -– Pedro Henry, José Riva, Chico Daltro e Luiz Antonio Pagot -- Auad e Muniz não tiveram dúvida em colocar a faca no pescoço de Soja Majestade para o tradicional dá ou desce.

Faiô!

Também diante das citadas testemunhas, “Meu Rei” não titubeou:

A prevalecer a tese da chapa-pura e a “obrigação” de manter Iraci França como candidata a vice, Soja Majestade simplesmente volta a cuidar de seus negócios. E ponto.

Evidentemente que França e Muniz -- sempre escudados no absoluto controle que mantêm sobre o diretório do PPS, nas ¨manifestações espontâneas¨ que eles mesmos organizam e, sobretudo, na doce ilusão de que ¨Meu Rei¨ está blefando -- reagiram com mais uma bravata, como de hábito, conforme veremos aqui mesmo nesta bat-calúnia.

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Comentários dos Leitores
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Comentário de mederovsk (donmquixote@estadao.com.br)
Em 05/05/2006, 15h12

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