VAZAMENTOS NÃO BENEFICIAM NOSSA ESQUADRA



DE PTX QUIÉ BÃO...
Ou "O Retrato de Dorian Gray"

No sentido inverso, o Esse-Lentíssimo Senhor Doutor Governador José Pedro Gonçalves Taques -- a se fiar no esplendor de sua figura e seu desgoverno pintados a peso de ouro na valorosa --, pode ser comparado à personagem do escritor e dramaturgo irlandês Oscar Wilde, em seu mais conhecido livro, o devasso Lorde Henry, que publicamente permanece jovem, saudável e belo, enquanto no quadro em que é retratado, como todos nós mortais, vai ficando cada vez mais acabadinho -- a capa da gaita.

Debalde, esforça-se PTX em passar à História e para tanto não economiza dinheiro -- público, claro -- com uma legião de áulicos pré e pós-pagos, porém, só no Paiaguás, ou seja, intramuros, parece surtir efeito, porque aos olhos do e-leitorado está bem feíiinho, mais sujo que pau-de-galinheiro, pois em todos os setores da administração estadual -- Saúde, Educação, Segurança, Infra-estrutura, o escambau de bico, o que se vê e se ouve em todos os quadrantes é choro e ranger de dentes.

Pior: a ser verdade o que antecipou há algumas luas o blogueiro Lauro Jardim, de O GLOBO, será lembrado, sim, como o primeiro, se não único mato-grossense a figurar no Caso Lava-Jato. E se ainda não vazou nada a seu respeito na delação da Odebrechet -- só saíram os VIPs-VIPs desta suruba -- é porque não tem a importância que se atribui nem atrai tanta atenção no cenário nacional como imagina. De toda forma, nosso "Guia Genial" tomará um banho de holofote -- este indesejado.

Nesta terça, finalmente, as delações da companheirada da Odebrecht chegam às mãos do ministro-relator do caso Luiz Fachin, que já deixou claro que não tem a mínima pressa em tornar público o inteiro teor dos depoimentos. Até lá, a coisa corre por conta de vazamentos seletivos, via "coletivas em off" -- a mais nova invenção da PGR. Também hoje -- corrijo: desde ontem -- estamos no Outono. Isto é: logo chega o Inverno, quando se comemora o 1º aninho do "passa amanhã" da AL-MT nas agências de publicidade e meios de comunicação.

Suplente do senador-ainda-ministro Bráulio Mággico, nosso velho conhecido Cidinho dos Ovos de Ouro, andou tendo encontro -- muito produtivo, é de se supor, com direito a recepção e churrascada festiva -- com André Baldissera, diretor da BRF preso na Operação Carne Fraca. A propósito, ao mesmo tempo em que, no mercado externo, tal operação fecha portas; no front interno, abre-se -- chiadeira à parte --, por outra, escancaram-se "ene" porteiras de oportunidades de novos negócios.

E se fosse o contrário? Se bem conheço o meu gado, que vive comemorando frustração de safra nos EUA, também não deixaria passar batido uma chance-monstra desta como a que foi dada de bobeira para a gringaiada. Exigir a redução de preços para retomar as importações é apenas o começo. E nestes tristes trópicos, os inevitáveis memes não vão parar apenas à base de mimimi e chororô. O furo é mais acima; urge fatiar o oligopólio no setor de carnes, os tais "campeões nacionais".

Enquanto não repulverizar a compra e abate, o poder de "comover" fiscais pelas JBS da vida será avassalador, apesar das promessas de aperto na fiscalização. Tanto que frangos olímpicos e picanhas com quase 2 Kg seguem à venda. Vomitar estatística -- "são tantos milhões de empregos"; minimizar o alcance do episódio -- "em Mato Grosso, nenhum frigorífico foi lacrado" -- e performances midiáticas relâmpagos não bastam para convencer ninguém mundão afora.