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RELEITURA
Parabéns,Tocantins!
27/02/2008
- Interbois
Conforme vários avisos anteriores, o mercado do gado gordo chega a esta quarta-feira com os grandes compradores mexendo para cima em preços onde os valores são historicamente mais baixos, tentando a todo custo segurar o clima de correções diárias - que já se sente hoje na Argentina - e que só gera mais retração de oferta.
Como hoje não surte mais o efeito desejado frases de efeito colocadas há anos no mercado, como a que diz que “vendedor de gado gordo não agüenta uma baixa” (... lembra?!), seja por uma maior consciência de mercado por parte do produtor, seja por falta de gado mesmo em todo o país, o comprador sabe que precisa segurar o oba-oba de alta em plena safra, para não descontrolar o mercado, mesmo sabendo que hoje já não tem mais o mesmo controle total do passado em suas mãos.
Aliás, quem você acha que planta este tipo de frase no mercado?!
Está muito difícil comprar gado no Centro-Oeste e no Norte do país, e assim novo cenário de preços mais interessantes ao que tudo indica vem por aí.
Para desespero dos grandes compradores, até mesmo a política de manipular o mercado através de acordos políticos começa a cair. Isso mesmo!!
A velha tática de negociar acordos fiscais de ICMS alto para o gado gordo, para que os grandes complexos frigoríficos consigam deixar o produtor refém dessas empresas - pois não podem vender seu produto para outros estados - começa a ruir!
Esta é exatamente a palavra... Ruir!!! O exemplo vem do Tocantins, onde o governo vem mostrando há muito tempo mais interesse em defender a livre iniciativa e as escolas mais modernas de economia.
Lá, ao contrário da grande parte do país, os produtores estão comemorando a atitude do governo local de sancionar a alteração proposta pelo executivo no projeto de Lei nº 1.173, já publicada no Diário Oficial, reduzindo em 9% a alíquota do ICMS para operações interestaduais com gado gordo, mantendo carga tributária a 3% até 31 de dezembro deste ano.
A medida atende os produtores e vai aumentar a competitividade da carne tocantinense, tendo em vista o mercado nacional e exterior.
A redução, de 12% para 3%, da base de cálculo do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipais e de Comunicação – ICMS - já vem sendo praticada, sazonalmente, desde 2006, através de projetos de lei do Executivo.
De acordo com a Secretaria da Fazenda, a medida gera crescimento no PIB estadual. Em 2005, quando ainda não havia a redução, a arrecadação com operações interestaduais com gado gordo foi de R$ 52 milhões, contra R$ 82 milhões em 2006, quando passou a vigorar a medida do governo.
Em 2007, a arrecadação caiu para R$ 70 milhões devido ao aumento do abate interno, graças à melhora dos bons preços oferecidos pelos frigoríficos instalados no Tocantins.
Até que enfim um segundo estado brasileiro se mostra moderno conhece a teoria da curva de Laffer - que mostra que quanto menos imposto mais receita. Mostra que o governo de lá está realmente preocupado com a livre iniciativa; mostra que não pactua com cartéis.
Para quem ainda não sabe, em praças como no Mato Grosso, a pauta fiscal alta faz com que os frigoríficos exportadores consigam bloquear o Estado para venda de gado gordo para outros estados. A alíquota para saída de boi em pé do Mato Grosso já esteve em 7% mas no final de 2007 subiu novamente para 12%.
E para piorar, o governo mato-grossense não sinaliza qualquer possibilidade para redução da alíquota, mostrando nitidamente que trabalha em linha com os interesses dos grandes frigoríficos exportadores.
O governo alega que o rebanho diminuiu e que o número de plantas frigoríficas cresceu no Estado. Diante disso, é evidente que há pressão dos frigoríficos para que a alíquota seja mantida em 12% para que assim não haja retirada dos animais para outras regiões, afirma a equipe da Famato com toda a razão.
O aumento da pauta fiscal beneficia tão somente as grandes indústrias frigoríficas instaladas no Estado, proíbe a pressão de compra por parte de indústrias de outros estados. No mercado mato-grossense, a redução da alíquota para 5% ou 7% possibilitaria a mais competitividade para a produção local, viabilizando a presença de compradores de outras praças produtoras do país.
Já no caso do Mato Grosso do Sul, os frigoríficos do Estado de São Paulo, por exemplo, preferem comprar gado em Goiás ou no Paraná, onde a pauta fiscal é de 20% a 30% menor.
De volta ao físico do gado gordo, trabalhe com a tentativa dos grandes frigoríficos de tentar levar o mercado em banho-maria até a virada do mês, de olho num aumento de oferta devido a necessidade de caixa do produtor.
Mas é importante lembrar que o vendedor tem se mostrado consciente de que termina hoje animais com custos muito caro, e para repor a maré não está fácil. Assim, a cautela nas vendas vai continuar!
As chuvas também prejudicam a logística em várias praças produtoras do país e assim é preciso ficar atento também a este importante fundamento.
Não se esqueça!!! Faça sua estratégia e olho vivo, pois preço divulgado por aí é preço de boi morto! O boi que você está negociando não tem preço, pois ainda não foi adquirido... e mais: É MATÉRIA PRIMA RARA NO MERCADO!
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Artigo transcrito da edição de ontem do Rural Business
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