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Cuiabá MT, 24/09/2024
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O Outro Lado Porque tudo tem dois, menos a esfera.


CURTO & GROSSO

Inscreva nosso RSSEdição de 05/06/2005

Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br


00:00



Só pra chatear – 1... ou mais:

Senador Pés de Barro alerta para um possível boicote internacional aos produtos mato-grossenses...

Well...

Parece que já andamos lendo qualquer coisa a respeito, só não nos recordamos onde...

Deve ser o peso da idade!

Ah, sim...

Foi “naquele site que ninguém lê”!

KKKK!!!



Só pra chatear – 2... ou mais:

O promotor Domingos Sávio já disse que não gostaria de assumir a futura Secretaria Estadual de Meio Ambiente, porque não quer se afastar da sua função no Ministério Público...

Well...

Para quem não ligou o nome à pessoa, trata-se daquele mesmo que patrocinou a assinatura de dois Termos de Ajustamento de Conduta com Furnas, durante a construção da Usina de Manso, algo absolutamente inédito – para se dizer o mínimo -- , na história do direito ambiental...

...Que não deu um pio durante a devastação de pelo menos 40% da vegetação natural do Parque ¨Irm㨠Bonifácia de Oliveira -- a maior área verde da Capital...

...Que não encontrou tempo para ouvir os moradores do Jardim das Américas, antes de fazer outro Termo de Ajustamento de Conduta com a construtora Gerencial...

...Mas, em compensação, teve tempo de sobra para redigir um e-mail, onde qualifica de ¨babaca¨ este pobre marquês nada menos de 486 vezes...

...Como se fôssemos o maior problema ambiental de Mato Grosso.



Só pra chatear – 3... ou mais:

A área onde aconteceu o maior índice de desmatamento ilegal foi na região do Aripuanã – curral eleitoral do deputado estadual Ságuas Moraes...

...Sócio do deputado federal Carlos Abicalil em uma aeronave, que acabou caindo naquela região, deixando oito mortos...

...Que juntamente com o procurador Alexandre César, presidente do diretório regional e eterno candidato a cargos majoritários – e só a cargos majoritários --, indicaram o superintendente do Ibama em Mato Grosso...

...Que compõe o trio do PT estadual que, coincidentemente, apóia a reeleição do governador Blairo Maggi...

...Mundialmente conhecido como “Estuprador da Floresta” e vencedor antecipado do troféu “Motosserra de Ouro”...

...Que por sua vez apóia a reeleição do companheiro presidente Lula.

Está fechada a quadratura do círculo e mais uma vez filosoficamente comprovado que um gambá cheira o outro.



Só pra chatear – 4... ou mais:

Por falar em motosserra...

Única área verde em quilômetros – a arborizada praça da matriz de Primavera do Leste -- não existe mais.

Entenda o caso:

Plena Semana Mundial do Meio Ambiente, o prefeito mandou cortar todas as árvores – vamos repetir: o prefeito mandou cortar todas as árvores! --, sendo que um dos funcionários acabou caindo de uma delas com a motosserra funcionando e teve a perna decepada.

Isto na Semana do Meio Ambiente e porque a cidade se chama Primavera!

Imagine se se chamasse “Arranca Toco” ou “Campo Limpo”...



Só pra chatear – 5 ou mais:

Auditoria do Banco Mundial reprova empréstimo para empresa de Maggi...

Traduzindo para o Português rasgado:

É o começo do fim do império de Soja Majestade Bráulio Mággico I e Único.

Conforme cantamos a pedra há trocentas luas.

Entenda o caso, através da releitura dos três Recuerdos de Chacororé que se seguem:

Recuerdos de Chacororé – 1, datado de 12 de maio de 2004:

E por falar em agronegócio, Serviço Reservado do Site Bom informa:

Três letrinhas – IFC – ainda vão dar muito o que falar, por conta de um bilionário rearranjo reduzindo o número de bambambans do setor.

Mais que isto, nosso passarinho que não costuma faiá, não quis adiantar, “para não prejudicar as investigações”.

Garante, contudo, que é algo de derrubar pica-pau do oco.

Esperar pra ver.




Recuerdos de Chacororé – 2, datado de 25 de maio de 2004:

O e-leitor está lembrado daquela sigla mágica a que nos referimos aqui há algumas luas, alertando que ainda daria muito o que falar no Reino da Soja?

Pois é...

IFC – International Finance Corporation -- conforme explicamos na ocasião, vem a ser uma espécie de Banco Mundial dos ricos ou seja, financia empresas e instituições privadas nos países pobres e emergentes.

Quem consegue este tipo de financiamento está feito na vida – caso das tradings da soja, por exemplo.

Captam recursos na faixa dos 2% ao ano no exterior e financiam os produtores cobrando juros brasileiríssimos – 16% ao mês.

O negócio é muito bom, rende muito bem, mas tem um porém.

Sempre tem um porém.

Os beneficiários devem seguir algumas regrinhas básicas nos países em que atuam, principalmente na área ambiental.

E é exatamente aí que o bicho está pegando.

Primeiro foi a norte-americana Cargill – que atua em Mato Grosso e está proibida de exportar para a China, por conta do excesso de produtos químicos na soja...

...E a próxima deve ser a holandesa Büng – também com forte presença no Estado --, que está sob pressão total das ONGs ambientalistas em seu país de origem...

...Para que cesse a importação de soja de Mato Grosso, através de Roterdan -- o principal porto graneleiro da Europa -- se quiser continuar contando com recursos do IFC.

Por conta, claro, dos negócios com soja nas áreas antes ocupadas pela floresta amazônica.

Dispensável dizer que o grupo Amaggi – associado à Cargill e à Büng em uma série de empreendimentos -- também está na alça de mira...

..O que explica a preocupação do governador Blairo Maggi em “garantir” que o avanço das lavouras de soja na Amazônia Meridional se dá via incorporação de áreas já ocupadas por pastagens ou em faixas de Cerrado – como acaba de fazer na China, depois de mais uma reportagem no influente New York Times sobre o tema.

Acontece, meu bem...

...Acontece que o discurso de Maggi é muito chocho, inconsistente, ao contrário das ONGs ambientalistas que se valem de estudos científicos e imagens de satélite para desmontar os argumentos do governador-produtor ou produtor-governador, como queiram.




Recuerdos de Chacororé – 3, datado de 22 de dezembro de 2004, conforme transcrição da coluna Críticas Connstrutivas, sob o título ¨FATO RELEVANTE¨:

Os desmentidos são inevitáveis, mas o fato é que, com eles, sem eles ou apesar deles – os desmentidos de praxe, que fazem parte do show...

...O caminho estará livre, dentro em breve, para as tradings Cargill, ADM e Büng – as multinacionais do agronegócio ou ¨agribusiness¨, como queiram -- que disputam o cobiçado mercado da soja em Mato Grosso, maior produtor nacional.

Sem as mínimas condições de competir com as múltis, que trabalham com recursos próprios e, também com as instituições oficiais, que operam com dinheiro público, o grupo André Maggi – que controla algo parecido com 20% do mercado estadual, mas depende de dinheiro captado no país e, principalmente, no exterior...

...Ao grupo mato-grossense não resta outra alternativa: deixar os setores de fomento e exportação, para focar suas atividades em logística.

A opção de mudar de ramo – que não surpreende quem acompanha com olhos atentos os principais lances do herdeiro do grupo, Blairo Maggi, no governo de Mato Grosso – foi robustecida diante da decisão do Banco Mundial de promover uma auditoria no empréstimo de US$ 30 milhões do IFC para o Grupo Amaggi...

...O que acendeu o sinal amarelo no pool de bancos privados internacionais, que havia aprovado um financiamento de US$ 300 milhões para a grupo mato-grossense financiar a expansão da soja no Cerrado e na Amazônia Legal.

Para a banca privada internacional, o IFC -- aquela siglazinha que, conforme antecipamos aqui, há muitas luas, ainda daria muito o que falar e que vem a ser o braço financeiro do Bird para o setor privado -- funciona como uma espécie de “avalista” e a auditoria – resultado da pressão das ONGs ambientalistas nacionais e internacionais -- deixou o negócio em compasso de espera.

A decisão, de acordo com um executivo muito íntimo da família Maggi, precede a este “contratempo” e foi a principal motivação que resultou na estréia de Blairo Maggi na política partidária – algo que ele sempre detestou ---, e que resultou em sua eleição para o governo do Estado em 2002, com a declarada simpatia e ¨torcida¨ das tradings, vamos resumir assim.

No governo, contaria com o meios e com a “legitimidade” para pavimentar a entrada e consolidação do grupo no setor de logística – o que explica a presença de executivos do grupo nas posições-chaves da administração estadual...

...O investimento maciço de recursos do Estado e dos municípios ¨beneficiados¨ com a pavimentação de rodovias estaduais ¨consorciadas¨ – notadamente naquelas regiões onde o grupo Amaggi tem interesse direto – através de parcerias que lhe dão o “direito” de cobrar pedágio...

...O interesse no projeto das tais Parcerias Público-Privadas – aprovado nesta terca-feira, 21, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado da República – o que abre caminho para a participação do grupo na privatização da BR-163, rodovia que começa no Rio Grande do Sul e termina na fronteira com o Suriname, de onde segue até o Mar do Caribe...

...A participação acionária na Ferronorte, na construção do maior terminal graneleiro privado, em Santos, somada à decisão de transformar a currutela paraense de Miritituba, às margens do Tapajós, em um importante terminal portuário...

...E explica a obsessão no sentido de “remover”, vamos dizer assim, os impedimentos legais que resultaram na paralisação das obras de implantação das hidrovias Paraguai/Paraná e Araguaia/Tocantins – fazendo com que o grupo, que já controla a hidrovia Madeira/Amazonas, passe a monopolizar o transporte intermodal a Oeste de Tordesilhas.

O cuidado em “construir” e viabilizar a participação do grupo no setor de logística, a partir do governo, chega aos mínimos detalhes, conforme comprovam as tais “Expedições Estradeiro” – a próxima programada para “explorar” uma das saídas para o Oceano Pacífico.

Por outro lado, além do “contravapor” no IFC, conspira contra a permanência do grupo Amaggi nas áreas de fomento e exportação, as perspectivas nada alvissareiras para as principais commodities agrícolas nos próximos anos, em razão da depreciação do preço no mercado internacional.

Só para se ter uma idéia do baque, basta lembrar que “micaram” cerca de 40% dos contratos de financiamento entabulados durante a última Agrishow, em Rondonópolis e boa parte dos efetivamente contratados enfrenta inadimplência.

A situação está tão feia para o sojicultor que, na principal área produtora de Mato Grosso – o município de Sorriso – tem botinudo de alto calibre anoitecendo e não amanhecendo, pela simples e boa razão de que o valor do patrimônio mal e porcamente cobre um terço da dívida – e olhe lá!

Aliás, não seria nenhuma leviandade afirmar que, se virarmos de ponta-cabeça os produtores de soja, do bolso da maioria deles só cairia santinhos com a Oração de Santo Expedito.

Manter-se neste mercado e ainda tendo que peitar a concorrência direta das multinacionais, para Maggi é um duplo suicídio: econômico e político.

Suicídio econômico porque, com as torneiras externas fechadas ou no mínimo regradas, o grupo Amaggi vai acabar literalmente “engolido” pelas múltis. O mais racional, portanto, é aliar-se a elas.

E suicídio político porque, para o produtor que teve sua lavoura financiada pelo Grupo Amaggi e não tem como honrar os compromissos financeiros assumidos e sequer a perspectiva de ver o débito securitizado -- caso dos devedores do Banco do Brasil e BNDES.

Assim, aquele milionário simpático que, no Natal, mesmo no governo de Mato Grosso, mantém a tradição de vestir-se de Papai Noel, à medida que o tempo passa e a coisa aperta, vai ficando cada vez mais parecido com uma espécie de “João Arcanjo de Botina”.

Melhor, portanto, ganhar dinheiro de maneira menos traumática que a agiotagem...

...Tipo faturando no transporte, armazenagem ou cobrando pedágio de tudo que entra, sai ou passa por Mato Grosso.




Esta segunda, 6, é o grande dia, quando será conhecido o vencedor do troféu Motossera de Ouro, promovido pela ONG Greempeace, que ¨esqueceu¨ de incluir a ministra Marina Silva...

Vôte!

Até aprender!

Participe, também, da escolha do verdadeiro culpado pela devastação em Mato Grosso, em enquete em nossa página inicial, com direito a deixar sua opinião a respeito, logo abaixo, no ícone Comentar.






   

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Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.

Comentário de Usineiro (usina@usina.com)
Em 06/06/2005, 09h02
Com relação a usina elétrica....
Com relação ao tópico onde é citado a Usina de Manso, apenas deixo esta mensagem para registrar a falta de investimento do Governo Federal no setor elétrico. Acredito que dentro de 2 ou 3 anos, pelo andar da carruagem, teremos outro "Apagão".

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