Até sexta-feira, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Carne Fraca, a média diária de exportações de carne em março era de 63 milhões. Com a queda abrupta, segundo o Ministério da Agroculyura, a média diária de março já passou para 60 milhões de dólares -- com viés de baixa.
Hoje, a África do Sul engrossou a lista de países que estão barrando a compra de carne brasileira.
Esse-Lentíssimo Senhor Doutor Governador José Pedro Gonçalves Taques pode até ser contemplado pela PGR, porém, já não será o primeirão de nossa esquadra -- que nunca ficou na vorta de fora de nenhum escândalo-monstro-açu -- a figurar no "Petrolão". Está é bem puuuto com o Menininho Mimadinho. Prenhe de razão, claro.
VOLTANDO À VACA FRIA
Dissemos ontem -- gostamos de citar grandes pensadores contemporâneos --, bem aqui, óh!, que, enquanto não acabar o oligopólio da indústria da carne e repulverizar o setor, a influência dos "campeões nacionais" vai desafiar a competência e zombar do titular da pasta, seja ele Djuca ou Manduca. E foda-se o Sif! Não deu outra:
A "Carne Fraca" foi na sexta, 17, e no mesmo dia Bráulio Mággico prometeu agir rápido, cobrar e se pautar pela "total transparência". Pois bão! Já se fantasiou de açougueiro e tal, mas, até este preciso instante -- 13:13 de quarta, 22, passados cinco dias -- o povo não "sabem" quais marcas são processadas em Mineiros (GO) pela BRF.
NEGAÇAS
O simulacro de ministro tenta tirar o seuzinho da reta, contudo, não será com negativas e negaças que irá conseguir. A gravidade do caso exige ações concretas, não comporta factóides e hesitações. O fato é que a JBS/Friboi/Seara e a BRF/Sadia/Perdigão estão atoladas até os cocões em bancos oficiais -- BNDES à frente.
Ou seja, basta executar os bilionários papagaios e colocar em leilão as centenas de plantas frigoríficas que açambarcaram por este Brasilzão véio de guerra -- não raro sob todo tipo de pressão sobre os antigos proprietários, inclusive as mais feladaputas. Sacumé: grandes males, amargos remédios.
Taí! Não haverá desemprego nenhum, pelo contrário: os novos donos -- quem sabe, mesmo, os antigos, por que não? -- com um apetitoso mercado local, nacional e externo pela proa, certamente irão investir mais e gerar novos postos de trabalho. E o melhor, sem aspas, de tudo: sem o poder de "convencimento" de pessoas gradas.
A QÜESTÃ É
O governo quer, efetivamente, encarar e resolver o problema ou apenas empurrar com a barriga até o episódio cair no esquecimento, para continuar tudo como dantes no quartel de Abranches? Mais: tem peito para tanto, contrariar seus financiadores de campanha ou "reculutadores" de currais eleitorais? Cremos que não.
IN VINO VERITAS
Invocamos a milenar expressão latina, não em seu sentido estrito -- na tradução livre significa que um porre, não precisa ser homérico, destrava a língua de qualquer vivente. Mas para nos louvar no exemplo dos produtores de vinho, onde cada região produz uma cepa e o preço varia conforme a matéria-prima e o processo de fabricação.
Afinal, o Brasil tem trocentas biotas, "ene" nichos ecológicos, pastagens naturais, variadas gramíneas e forrageiras. É preciso valorizar estas singularidades em termos de mercado, como fez a França com suas uvas, de sorte que a carne do boi pantaneiro, por exemplo, criado livre sem "bombas", valha mais que a de um animal estabulado.
A seleção de raças é rigorosa, não por mérito do governo e, sim, por iniciativa dos próprios criadores, o que favorece. Isto, entretanto, é coisa para pessoas de visão de médio, longo e longuíssimo prazos, seres que lamentavelmente vemos raríssimos nestes tristes trópicos. De toda sorte, fica a semente -- ou embrião, como queiram.
O problema não é a carne. O problema não é o tamanho das malfeitorias, nem o prejuízo às exportações.
O problema é o Governo; o Governo que politiza a fiscalização de alimentos, que deveria ser estritamente técnica, rígida, intolerante, preocupada com a saúde da população, absolutamente desconhecedora das conveniências de partidos.
A Polícia Federal vinha investigando possível corrupção de fiscais do serviço de inspeção federal e possíveis irregularidades nos frigoríficos. Quando entendeu que a investigação estava amadurecendo, fez um extenso relatório e requereu mandados de prisão, de condução coercitiva e de busca e apreensão. O juiz deferiu. Uma grande equipe foi formada para sua execução (afinal, eram nada menos que 309 mandados). Aí veio esta questão: que estratégia de comunicação adotar?
Tite estreou na seleção brasileira no dia 1º de setembro e, desde então, em sete jogos, a equipe sofreu apenas um gol. De adversário, nenhum, já que este foi contra, marcado pelo zagueiro Marquinhos, na vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia, em Manaus.