O ex-presidente da Câmara e ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou nesta quarta-feira, em depoimento à Polícia Federal, ter recebido dinheiro da JBS para se manter em silêncio sobre supostos casos de interesse da Operação Lava Jato.
O peemedebista foi interrogado na Superintendência da PF, em Curitiba, no inquérito que investiga o presidente Michel Temer no Supremo por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa com base em revelações da delação da JBS.
A entrada dos irmãos Batista de Anápolis, Goiás, no noticiário político-policial com a visita de Joesley ao presidente Michel Temer no porão do Jaburu inicia uma devastação de reputações.
No caso dele, parecia ponto pacífico que não seria atingido por investigação policial, acusação do Ministério Público nem condenação judicial, pois só pode ser incriminado por delitos cometidos no exercício da Presidência.
A visita de Joesley surpreendeu a todos, pois nada a justifica, a não ser a certeza absoluta da impunidade e o total desprezo pela inteligência alheia.
Diz-se que os irmãos Batista foram ameaçados de morte e por isso lhes foi concedida fuga protegida para o exterior.
Mas até agora ninguém apresentou uma evidência sequer de tais ameaças e isso protege ao mesmo tempo as eventuais vítimas e seus possíveis algozes.
Joesley teve a ousadia de gravar a maior autoridade do País, mas não fez o mesmo para comprovar as ameaças que teria recebido.
O Congresso articula em segredo uma maneira de se livrar, por enquanto, da ameaça de punição na Lava Jato (e outras operações), por meio da suspensão de ações penais movidas contra senadores e deputados.
Para testar reações, a Câmara deve suspender ação contra Jair Bolsonaro (PSC-RJ), acusado de “incitar o estupro” de deputada do PT.
A iniciativa, prevista no artigo 53 da Constituição, parágrafo 3º, somente exige maioria absoluta (ou sejam, 257 votos) para ser aprovada, mediante representação feita por qualquer partido político.
Dizem colegas de Aécio que ele está inconformado com a situação da irmã e com muito medo de também ser preso em breve. Rodrigo Janot, Procurador-Geral da República, reiterou ao STF o pedido de prisão de Aécio. E no próximo dia 20, os mesmos ministros que negaram a liberdade à Andrea julgarão o pedido feito por Janot.
Ministério Público Federal recebeu ontem representação da defesa da J&F, controladora da JBS, solicitando a aplicação da leniência assinada com a instituição.
Pelos termos do acordo, o MPF se compromete a abrir canal de comunicação com órgãos públicos para defender a permanência de contratos firmados antes de a empresa confessar seus delitos.
Segundo o MPF, a defesa da J&F utiliza o acordo na tentativa de reverter a decisão da Petrobrás de cancelar o fornecimento de gás à usina térmica do grupo em Cuiabá.
A oitiva do dono da JBS aconteceu na Procuradoria da República do Distrito Federal, no âmbito da Operação Bullish, que investiga fraudes no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O executivo da JBS e delator Ricardo Saud também foi ouvido.