A JBS acaba de oficializar a saída de Joesley Batista do conselho de administração da empresa.
O delator mais abençoado do mundo já estava afastado do conselho da J&F, a holding da família Batista, há quase dois meses, por determinação da Justiça no contexto da Operação Greenfield.
Joesley renunciou ao cargo de presidente do conselho, em uma decisão interpretada por analistas de mercado como uma tentativa de blindar a companhia do escândalo de corrupção que envolve o executivo.
O substituto de Joesley na presidência do conselho será o egípcio Tarek Farahat, que fazia parte do conselho da JBS desde 2013 e ocupa o cargo de presidente global de marketing e inovação da empresa desde 2015.
Farahat está radicado no Brasil há mais de uma década e foi o presidente da P&G (empresa de bens de consumo) no país entre 2006 e 2012.
A JBS tem sido alvo de críticas da sociedade (advogados, políticos, especialistas em casos de corrupção e de parte da população) desde que foi revelada a delação premiada de Joesley, no último dia 17, com a subsequente notícia de que ele se encontra fora do país e que existe a possibilidade de ele se livrar de qualquer punição na esfera criminal.
Com informações de Veja.com
PRESTENÇÃO!!!
TEM NOVA ENQUETE
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VÔOOTE!!!
A campanha de boicote aos produtos da JBS, pivô da maior crise política do governo Temer, vem preocupando as redes varejistas GPA, dono das marcas Pão de Açúcar, Extra e Assaí; Carrefour, Walmart e as gigantes globais de fast-food Bob’s e McDonald’s.
Uma “indústria de vazamentos” se instalou no País e que só interessa às autoridades que a viabilizam ou a seus protegidos. Se as autoridades decidissem resguardar de fato o sigilo do qual são guardiãs, essa indústria já teria falido.
O criminoso vazamento da conversa havida entre Andrea Neves e o jornalista Reinaldo Azevedo configura um flagrante descumprimento da Lei n.º 9.296/1996, que regulamenta as interceptações telefônicas.
Pela lei, a PF deve encaminhar ao Poder Judiciário todo o conteúdo das interceptações autorizadas pela Justiça. É dever do juiz da instrução – no caso, o ministro Edson Fachin, do STF – triar aquelas que são pertinentes à investigação, descartando as que não são.
Em nota, a PF informou que “o referido diálogo não foi lançado em qualquer dos autos circunstanciados produzidos no âmbito da mencionada ação cautelar, uma vez que referidas conversas não diziam respeito ao objeto da investigação”.
Ora, a ser verdade o que dizem tanto a PF quanto a PGR, resta saber como a conversa foi parar no lote divulgado para a imprensa pelo ministro Fachin. É dele que a sociedade deve exigir um pronto esclarecimento.
O ministro, afinal, deveria estar preparado para fazer a precisa distinção entre uma prova e uma sórdida bisbilhotice.
E, por favor, não se venha novamente com a desculpa esfarrapada de que os juízes estão vergados sob o enorme peso dos processos a julgar e não podem fazer tudo. Tudo, nesse caso, é apenas o que a lei manda. E se não podem fazer isso, não podem ser juízes.
A inviolabilidade do sigilo da fonte é mais do que uma garantia do exercício do jornalismo, é um sustentáculo da própria democracia, assegurado pela Constituição. Toda a sociedade perde com o ataque ao jornalista Reinaldo Azevedo.
O País não pode transigir com uma ameaça tão grave ao livre exercício do jornalismo de opinião, menos ainda quando a ameaça parte das instituições que têm por obrigação defender um direito como esse. De vazamento em vazamento, corroem-se os alicerces da República.
O pormenor de Joesley Batista comparecer ao Jaburu com o firme propósito de fabricar prova para servir-lhe como moeda de troca para o fechamento do acordo de delação premiada, deslegitima o elemento de convicção que serviu para esse fim.
Antes de botar fogo na República, Joesley Batista, o empresário que delatou um esquemão de propina com o suposto aval do presidente Michel Temer, parecia só querer incendiar seu casamento.
Se usou um gravador mequetrefe para registrar conversas comprometedoras, o mesmo não ocorreu quando se aventurou a comprar, na companhia da mulher, a jornalista Ticiana Villas Boas, um vibrador de última geração.
Enquanto amealhava R$ 9 bilhões do BNDES, mais uns R$ 3 bilhões da CEF, mais sabe-se lá quanto de outros bancos públicos nos anos beneficentes de Lula, Joesley saiu comprando governos, partidos e parlamentares.
Quando a coisa ficou feia, explodiu o governo Temer, a recuperação da economia e a aprovação das reformas, fez um acordo de pai para filho homologado pelo STF e foi viver a vida no coração de Nova York.