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RELEITURA
PCC x Guerrilha
15/07/2006
- Jorge Serrão*
Inteligência militar comprova que onda terrorista em São Paulo é coordenada por profissionais em guerrilha urbana.
Os ataques terroristas no Estado de São Paulo são organizados por facções criminosas devidamente treinadas e coordenadas taticamente por profissionais em guerrilha urbana de grupos como as FARC colombianas e o basco ETA. Os “bandidos no modelo PCC” são apenas instrumentos – e não os controladores e formuladores da estratégia de terror. Marginais estratégica e politicamente organizados agiram de modo idêntico na invasão da Aracruz Celulose, no Rio Grande do Sul – cujo inquérito é abafado. Mesmo procedimento ocorre em invasões de fazendas ou de terrenos urbanos, como o da fábrica da Engesa (fabricante paulista de veículos militares), em São José dos Campos.
Os serviços de inteligência das Forças Armadas e das Forças Auxiliares de segurança têm informações objetivas sobre o envolvimento do chamado “quarto elemento”. Há vários membros destes grupos terroristas identificados e alguns presos. Tais forças subterrâneas promovem atividades criminosas com fins políticos ou revolucionários. Seus membros patrocinam a narcoguerilha rural e urbana na América Latina. Os membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) são meros agentes conscientes comandados por interesses maiores de uma organização criminosa que age em todo o continente.
Ao invés de perder tempo respondendo aos ataques ou ameaçando processar a oposição, que resolveu acusar o PT de ligação com o crime organizado, o presidente Lula da Silva deveria rever a qualidade seus aliados políticos no Cone Sul. Afinal, foi Lula, em 1990, em reunião no Hotel Danúbio, em São Paulo, o primeiro presidente e fundador do Foro de São Paulo (entidade que reúne a chamada esquerda na América Latina e Caribe). O problema para os petistas é que fazem parte deste grupo - hoje presidido pelo cubano Fidel Castro e tendo o venezuelano Hugo Chávez como diretor operacional e militar – nada menos que 153 grupos de narcoguerrilha. E as FARC e o MST (Movimento dos Sem Terra) são classificados pela inteligência militar latino-americana como os “braços armados” do Foro.
No meio da confusão paulista, surgem novos fatos graves que comprovam a ligação entre movimentos políticos, revolucionário-guerrilheiros e criminosos. Condenado a 30 anos de prisão pelo seqüestro do publicitário Washington Olivetto, em 2001, o chileno Mauricio Hernandez Norambuena ensinou, na cadeia, táticas de terrorismo aos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Considerado pelos líderes do PCC como um ¨irmão¨, Norambuena é tratado pela facção como Comandante Ramiro ou de ¨jefatura¨ (chefia, em espanhol) na prisão de segurança máxima de Presidente Bernardes (589 km de SP).
Investigações dos serviços de inteligência das secretarias da Segurança Pública e da Administração Penitenciária de SP comprovam que teriam partido do seqüestrador as idéias para que os soldados da facção atacassem agências bancárias com a finalidade de ¨tentar desestabilizar a ordem financeira¨. Na lógica do criminoso, os atentados deveriam sempre ocorrer em horários em que os estabelecimentos estivessem fechados, sem usuários ou funcionários, para não criar antipatia popular - o que demonstra uma intenção política do terrorista.
O mesmo princípio valeria para os atentados às revendedoras de veículos e para os incêndios criminosos contra os ônibus urbanos, que, por ordem do PCC, só devem ser queimados sem que os passageiros estejam dentro.
Omissão dos comandos militares?
O mais grave de todo esse episódio é a aparente omissão do comando das Forças Armadas.
Doutrinariamente, quando ocorre uma interferência de alguma força militar ou pára-militar estrangeira, causando ameaças objetivas no território nacional – como a própria Agência Brasileira de Inteligência têm comprovação -, o Exército, a Aeronáutica e a Marinha teriam a obrigação constitucional de intervir.
Por que motivo os comandantes das três forças não intervém no problema?
Estarão eles sendo comodistas e covardes?
Ou estarão eles manietados para agir pelo comando do Ministério da Defesa?
Não custa lembrar que foi uma ordem do presidente Lula ao seu vice José Alencar, repassada ao Comando Militar do Leste, que encerrou com a última ação do Exército contra traficantes no Rio de Janeiro.
Também é bom ressaltar que os profissionais militares (inclusive a maioria dos generais) não compactuam com a inação da cúpula das Forças Armadas, que em recente reunião do Alto Comando ordenou que não se discutisse mais tal assunto nos quartéis.
Trata-se de uma censura burra que vai virar contra seus próprios ¨aprendizes de feiticeiros¨.
...
*Transcrito do blog http://alertatotal.blogspot.com
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