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Curto&Grosso O que ainda será manchete

RELEITURA

O PT, o governo e a mídia
23/02/2007 - Carlos Chagas*

Insiste o PT em enquadrar o presidente Lula, mesmo sob o risco de entrar numa aventura desastrada. Serão intensificadas semana que vem as pressões para o aproveitamento de petistas aos montes, no novo ministério, a começar pela ex-prefeita Martha Suplicy. Mas não param aí as investidas dos companheiros.

Querem levar o presidente a adotar a polêmica teoria da democratização dos meios de comunicação, iniciativa que significa apoio político e financeiro oficial à imprensa alternativa deles e, sem dúvida, má vontade para com os grandes veículos já estabilizados, envolvendo jornais, revistas, emissoras de rádio e de televisão.

PT quer uniformidade na informação

Em certos aspectos, o PT pode ter razão, como no estranho caso dos aluguéis, na realidade, das vendas de concessões de rádio e televisão sem que o poder público exerça a lei ou, sequer, participe das operações. Virou moda, por exemplo, grupos concessionários de emissoras de televisão, mal administrados e à beira da falência, repassarem para outros grupos não apenas o patrimônio, mas as concessões recebidas do poder público. Isso aconteceu com a extinta Rede Manchete e, agora, vai acontecendo com a rede CNT.

Os antigos concessionários afastam-se com algumas vantagens pecuniárias, ou são até enganados, e os novos eximem-se de muitas obrigações, inclusive trabalhistas. No caso de emissoras de rádio o fenômeno é parecido: os governos, como José Sarney, num exemplo, e Lula, agora, presenteiam jornalistas amigos e amestrados com concessões que, muitas vezes, são vendidas de pronto a terceiros, com fartos lucros e sem um centavo de investimento por parte dos premiados.

Existem excessos por parte da mídia, concordam todos. Mas o que não dá para aceitar é o PT pretender interferir no conteúdo do noticiário jornalístico, sempre que lhe é adverso. Os dirigentes do partido gostariam da uniformidade na informação, de preferência laudatória. Com base nessa distorção, pretendem que o governo subsidie veículos alternativos.

Se é certo constituir uma aberração o fato de boa parte da grande mídia viver da publicidade oficial, recebendo centenas de milhões de reais de empresas públicas como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Correios, também constituirá um abuso inverter a equação e carrear esses recursos apenas para os veículos que louvarem o governo e o PT. Melhor seria, para acabar com o desperdício de recursos públicos sem resultados mercadológicos, o governo (qualquer governo) suspender esse tipo de aplicação ou chantagem, aliás, nem sempre praticada com êxito.

Em suma, é preciso tomar cuidado com as propostas que vêm por aí, ou melhor, que já circulam na Câmara e no Senado. Porque se há excessos inomináveis no relacionamento entre o poder público e a mídia, muito pior ficaria se a liberdade de manifestação de pensamento viesse a sofrer mais do que já vem sofrendo. E tanto faz se no passado recente, em termos ideológicos, pressionavam de um lado e se, agora, no presente, pressionam de outro. São iguaizinhos quando exigem unanimidade de elogios e ausência de críticas.

Faíscas para todo lado

Michel Temer, presidente do PMDB, não mordeu a isca na ponta do anzol de Nelson Jobim, que no sábado de Carnaval, em entrevista, bateu firme na atual gestão do partido. Jobim é candidato declarado ao lugar de Michel, a quem acusa de representar a continuidade da estagnação, sem bandeira, estratégia ou vontade de fazer do PMDB um partido nacional.

O atual presidente é candidato a mais um mandato e, ao contrário do adversário, até agora não utilizou a mídia como arma. Prefere trabalhar em silêncio, sedimentando suas bases, por sinal maiores que as do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal. Está convocada para 11 de março a convenção nacional que escolherá os novos dirigentes peemedebistas.

Para complicar o entrevero, situa-se no meio do caminho o presidente Lula, que não esconde suas preferências por Nelson Jobim, mas, cauteloso, hesita em promover a reforma do ministério antes da reunião do PMDB. Se Michel Temer for derrotado, terá valido a pena dar antecipadamente dois ministérios para o seu grupo? Mas se privilegiar o clube dos amigos de Jobim, antes, e a candidatura do ex-ministro não demarrar?

...

*Transcrito do jornal Tribuna da Imprensa

  

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