CRÍTICAS CONSTRUTIVAS

Oficiais estão proibidos de questionar a privatização da PM
13/12/2005 - Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br

O novo Estatuto da Polícia Militar de Mato Grosso, que “legaliza” o jaguncismo chapa branca ao permitir que PMs de todas as patentes façam “bico” fardados e armados, nas horas de folga -- o que, na prática, equivale à privatização da Corporação...

...Para a Secom e, por osmose, para a “Valorosa”, significa “mais um paradigma quebrado”, porém, na vida real, trata-se mesmo de mais uma daquelas costumeiras diarréias mentais de Soja Majestade...


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...Uma insanidade que, se não for revista imediatamente pelo próprio autor da proeza, está a exigir a pronta intervenção da Assembléia Legislativa ou do Ministério Público, sob pena de assistirmos, no curtíssimo prazo, ao esgarçamento da instituição e à inevitável quebra do sistema hierárquico na PM...

...Algo infinitamente pior que o tenebroso quadro vigente durante a Era Dantesca, quando o crime organizado fincou raízes no aparato policial e quando este tipo de “bico” era apenas uma atividade “informal”.

Conforme lembramos ontem, de cara, a estapafúrdia “solução” para compensar o baixo soldo, provoca um inevitável “racha” na estrutura da Corporação, ao colocar a tropa sob duplo comando:

O formal – que exige disciplina e paga mal...

...E o privado – para o qual dinheiro não é pobrema, que não tá nem aí para farda amarrotada, coturno com saudade de graxa e, melhor ainda, não manda ninguém “pagar” duzentas flexões, por exemplo.

Pior:

Como a PM adota o sistema 24x48 – um dia de trabalho, por dois de descanso – teremos a tropa mais tempo sob comando dos ricaços...

...Enquanto a população – vamos repetir: que paga inclusive pelo descanso dos policiais militares – só vai poder contar com profissionais estressados e sem tempo e ânimo para cursos de reclicagem e aperfeiçoamento.

A maluquice de Soja Majestade encerra outros desdobramentos de ordem prática tão preocupantes quanto e suscita uma série de indagações que exigem respostas urgentes, urgentíssimas:

-- A contratação será do conhecimento do comandante formal, para o caso de eventual mobilização da tropa no interesse público?

-- Tais “contratos” serão registrados e os direitos trabalhistas respeitados ou vai ficar tudo no “bico”?

-- A folha corrida do “comandante” privado será checada?

-- A natureza do ¨selviço¨ especificada?

-- Quem vai repor a munição ou mesmo a arma em caso de extravio?

-- E se, por desventura, algum PM resultar ferido ou morrer a serviço de algum ricaço? Quem vai bancar as despesas médicas e o provento da família?

-- E se o PM for obrigado a matar? Vai responder como agente público ou agente privado? O ¨comandante¨ endinheirado será enquadrado como mandante?

-- No serviço público, o PM conseguirá tratar com a mesma isenção o ¨patrão¨ ricaço?

-- Quem garante que o PM não vai fazer ¨hora extra¨ no serviço público para o comandante privado?

Pior de tudo:

Por uma questão hierárquica, para não correr o risco de punição e até mesmo de cadeia, por insubordinação, os oficiais da ativa da PM estão literalmente proibidos de questionar publicamente esses delírios privatizantes, pois, conforme se sabe, até ser desalojado do Palácio Paiaguás, o sr. Bráulio Mággico é o comandante em chefe e estamos conversados.

Francamente!...

Voltaremos à carga.

Prestenção!

Hoje também tem ¨boatos¨ na calúnia Curto&Grosso

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