CURTO & GROSSO

Edição de 21/09/2005

Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br

Só pra não ficar em débito com o e-leitorado:

No último final de semana, enumeramos as alternativas possíveis para “Meu Rei”, até o dia 3 de outubro. Vamos aos desdobramentos prováveis:

1 – Permanece no PPS e sai candidato.

Se ganhar, perde, no exercício do segundo mandato, o encanto da reeleição e a complacência dos demais poderes, ainda mais como pretenso candidato à presidência.

Trocando em miúdos:

Cada votação na Assembléia Legislativa não será uma homologação, como acontece agora; e, por conta do sonho presidencial, as inevitáveis denúncias serão esmiuçadas pela mídia nacional e até a “Valorosa” terá dificuldade para acobertá-las, como de praxe.


2 – Permanece no PPS, sai candidato e perde.

Como lembramos e a história comprova, não existe eleição ganha por antecipação, mesmo com a máquina sob controle.

Neste caso, adeus viola... Isto, se a viola não ficar em cacos, como está ocorrendo neste exato momento com o Sumo Sacerdote da Era Dantesca, que saiu do trono direto para o banco dos réus.

3 – Permanece no PPS, desiste da reeleição, termina o mandato e vai pra casa.

É este o desejo da família, dos adversários e, sobretudo, do “aliado” Roberto França Auad, conforme veremos mais adiante.

É o que recomenda o bom andamento dos negócios, posto que ao misturar o exercício do cargo com os interesses do grupo Amaggi – ninguém sabe dizer onde começa um e termina o outro --, principalmente por conta da desastrada política ambiental, que está repercutindo negativamente na captação de recursos para a trading no exterior, além de deixar os importadores pra lá de ressabiados.

4 – Permanece no PPS, desiste da reeleição e sai candidato ao Senado.

É uma aposta arriscadíssima, pois teria de entregar o cargo e a possibilidade de reeleição à vice, Iraci França, com quem passa a fazer dobradinha na chapa majoritária – mas vê toda a equipe que passou oito anos comendo coxinha e tomando tubaína, enquanto afundava a Prefeitura de Cuiabá --, dependurada no mesmo palanque e, o que é pior, dando ordens -- primeiro-damo à frente.

Para piorar as coisas, terá pela proa o “padrinho” senador Jonas Pinheiro como candidato adversário.

5 – Vai para o PMDB e disputa a reeleição.

De “brinde”, Soja Majestade leva para o palanque, na condição de candidato ao Senado, o interminável cacique Carlos Bezerra e sua fama de pé-frio.

6 – Desiste da reeleição, sai do PPS e migra para o PFL, para ser candidato ao Senado, com o “padrinho” Jonas concorrendo ao governo do Estado.

Neste caso, a principal adversária de Jonas será Iraci França, que nunca disputou nem concurso de Miss Simpatia.

No Senado, poderia continuar fazendo lobby para suas empresas, sem dar muito na vista; alimentar o sonho de disputar a Presidência, em 2010, além de ter outro multiplicador de sementes transgênicas, Gustavo Goelner -- suplente de Jonas --, efetivado no cargo, em caso de vitória.

De quebra, assegura imunidade parlamentar e foro privilegiado por oito longos anos.

É a alternativa mais tranqüila, principalmente agora com a manutenção do instituto da verticalização, por conta da paralisação da reforma eleitoral no Congresso, devido à crise.

Esta última alternativa tem como ¨inconveniente¨ partilhar o palanque com o tucanato -- mas da parte de quem teve a cara-dura de pedir voto para o pastor-marreteiro e avalizar a filiação do cavernoso Ivo Cassol no PPS, pode-se esperar qualquer coisa.

Estes são os cenários possíveis e as conseqüências prováveis -– em condições normais de temperatura e pressão, claro.

Acontece que Soja Majestade adora “quebrar paradigmas” -– o que, em política, tem o mesmo significado de “quebrar a cara”...

...Isto sem falar na inconstância de ¨Meu Rei¨, que como todo garotinho mimado, pode ter um piti e chutar o pau da barraca, em plena campanha, inclusive -- aliás, como aconteceu em 2002 e foi um custo ¨segurar¨ o voluntarioso mancebo.

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