Há um ano, tínhamos Dilma, Eduardo Cunha, Nova Matriz Econômica, PT, Haddad e Dunga. Hoje temos Temer, Rodrigo Maia, política econômica ortodoxa, PT destroçado nas eleições, João Dória e Tite.
A inflação, que ameaçava ultrapassar os 10%, contentou-se com 4%; os juros básicos, ainda altíssimos, que eram de mais de 13%, devem chegar em 8,75% ao fim do ano.
A balança comercial está bem positiva: US$ 7,1 bilhões de superávit em março, o melhor resultado desde março de 1989.
Mas, com esses sinais, como explicar o baixíssimo índice de aprovação a Temer?
O estágio de decomposição moral vivido no Brasil oficial hoje resulta de muitos anos – o correto seria dizer séculos – de completa devassidão e absoluta impunidade gozadas por nossas elites dirigentes política e econômica.
No entanto, chegamos agora a um ponto, inusitado em nossa História, em que o cinismo ultrapassou todos os limites da decência e da normalidade.
A dimensão do rombo na economia pode ser imaginada após a leitura da chamada de primeira página do Estado de anteontem, Ações da Lava Jato pedem R$ 70 bilhões de indenização, ou seja, cerca de metade do déficit previsto para o Orçamento da República este ano.
Serão finalmente analisadas as prestações de contas de quase 20 mil “projetos culturais” beneficiados pela Lei Rouanet durante os governos petistas de Lula e Dilma, como a produtora da mulher do ex-ministro Franklin Martins.
Atendida pela Lei Rouanet na era PT, a mulher do ex-jornalista Franklin Martins, Mônica Monteiro, é dona da produtora Cine Group, que levou R$ 2,8 milhões.
Emenda apresentada pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP) alterou a classificação desse serviço, que, em vez de ser de uma atividade privada, passa a ser de natureza pública.