Pleno do Tribunal Superior Eleitoral têm outros processos (cerca de 660 por ministro, em média) para analisar antes de se debruçar sobre o voto do colega-relator Herman Benjamin, com mais de mil páginas.
Lula pediu ao Supremo Tribunal Federal a interrupção das investigações sobre ele em Curitiba. Foi derrotado por unanimidade. Já pediu medidas semelhantes ao Tribunal Regional Federal de Curitiba, ao Superior Tribunal de Justiça, e perdeu.
Ao que tudo indica, terá de sentar-se diante do juiz Sérgio Moro, em 5 de maio, pela primeira vez pessoalmente, e ser ouvido sobre o triplex do Guarujá. Lula é o último a depor: depois, virão as alegações finais dos advogados e Sérgio Moro dará a sentença.
É preciso reestatizar, com urgência, o aparelho de governo e todo o sistema da administração direta e indireta – ministérios, autarquias, agências e companhias estatais e de economia mista.
A reestatização da Petrobrás, iniciada no ano passado, já se reflete no lucro no trimestre final de 2016, na redução do prejuízo anual, no reforço de caixa e na diminuição do endividamento, conhecido até recentemente como o maior do mundo.
Mas é preciso ir muito mais longe. O escândalo da carne mostrou mais uma vez os males da privatização de órgãos e funções do poder público.
Nada justifica o loteamento de postos típicos da burocracia estatal entre partidos, em nome de uma aliança governamental ou por causa da influência partidária numa região. Essa tem sido, no entanto, uma prática tradicional.
Digamos que um boi desgarrado dum rebanho, ou fugido de um matadouro, se encontrasse num terreno baldio, ou num campinho de vargem abandonado, pastando sobre uns restos de graminha e, inadvertidamente, cruzasse caminho com um repórter especial com poderes especiais, capaz de extrair, de seus mugidos, a opinião do animal não apenas sobre a crise da carne, mas sobre a situação toda do país.
A Europa vai insistir junto ao governo brasileiro que precisa ter "confiança" no sistema de controle sanitário do País para continuar a importar produtos brasileiros e negociar uma ampliação de seu mercado dentro dos acordos com o Mercosul.
A mensagem será dada pelo comissário de Saúde da União Europeia, Vytenis Andriukaitis, que visita Brasília a partir de segunda-feira.
Em entrevista ao Estado antes da missão, ele insiste que a questão central é a "credibilidade" e que não hesitará em adotar novas barreiras aos produtos brasileiros caso seja revelado que a fraude no setor de carnes é sistêmica, e não apenas pontual.