Para relator, ação mostra incapacidade do governo para contestar voto no TCU 05/10/2015
- Painel da Folha de S.Paulo
Às armas
O pedido de afastamento de Augusto Nardes do julgamento das contas de Dilma Rousseff no TCU foi recebido por ministros do tribunal como uma “intimidação” do Planalto à atuação da corte.
Em conversas com integrantes de sua equipe, o relator do processo disse que não era o único alvo e que o governo tentava “desqualificar” um trabalho coletivo e a própria instituição.
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“Me atacam porque não podem responder tecnicamente ao nosso parecer”, disse a um colega de plenário.
Aviso prévio
A equipe que defende Dilma no tribunal informou antes a ministros da corte a decisão de pedir a saída de Nardes do caso.
A avaliação é que a proposta foi “compreendida”, mas não “bem recebida” por integrantes do Tribunal de Contas.
Precificado
O governo diz ter calculado a possibilidade de que o pedido tivesse uma “reação inversa” e acabasse por incomodar os outros integrantes por um “espírito de corpo” da corte.
O dobro ou nada
Para os auxiliares de Dilma, valia a pena arriscar diante da rejeição aguardada para a sessão de quarta-feira, o que poderia fazer recrudescer os ânimos da oposição para levar adiante o pedido de impeachment.
Ser…
Líderes que encabeçam as articulações pela saída da petista já se dividem sobre a legitimidade de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para conduzir o processo, após a revelação da existência de contas na Suíça atribuídas a ele -- o que o peemedebista nega.
…ou não ser
Relatam pressão em suas bases para abandonar Cunha.
“Não dá para subir à tribuna e pedir o impeachment em uma sessão presidida por alguém que é investigado por ter contas lá fora”, diz um dos que estão à frente do movimento.
Olhos fechados
A posição majoritária, no entanto, é a de tocar o processo com Cunha à frente da Câmara.
A avaliação é que a transferência da decisão ao plenário evita a contaminação e que nenhum outro presidente terá coragem de enfrentar Dilma.
Menos mal
Embora tenham se manifestado publicamente contrários à fusão dos ministérios do Trabalho e da Previdência Social, líderes sindicais acham que a indicação de Miguel Rossetto para o posto compensou a frustração.
O petista já havia retomado encontros com as centrais.
Super sincero 1
A bancada do PMDB se irritou com o novo ministro Celso Pansera (RJ), que disse ter sido escolhido para a Esplanada por ter “gana” e questionou qual outro deputado “chega [a Brasília] na segunda-feira e vai embora só na sexta”.
Super sincero 2
“Ele quer dizer que toda a Câmara é preguiçosa? Ele que venha pedir votos para Dilma. Vai escutar que não estou com gana para apoiá-la”, promete um peemedebista.
Olha eu aqui
Também foi mal recebida pelos deputados do PMDB a omissão à bancada entre seus avalistas para o cargo —em entrevista, Pansera citou até um prefeito do PSD, mas não fez menção aos colegas da Câmara.
O sujo…
Já os governistas do PMDB se dizem surpresos com a presença dos deputados de Santa Catarina na lista dos 22 que que condenaram a “barganha” do partido por cargos no governo federal.
…e o mal lavado
O grupo lembra que, após lobby, os catarinenses conseguiram emplacar os presidentes da Eletrosul e da Embratur.
Tio Sam
O primeiro país que deve ter seus turistas dispensados da exigência de visto para visitar o Brasil durante a Olimpíada do Rio são os Estados Unidos.
Os norte-americanos são os que mais gastam dinheiro, em média, em sua passagem pelo país.
The Godfather
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), que se casou no sábado, chegou à cerimônia ao som da trilha de “O Poderoso Chefão”.
TIROTEIO
"A decisão do STF só reforça a tese de que no Brasil funciona a democracia real. Ninguém está acima da lei, nem um ex-presidente."
Roberto Freire (PPS-SP), sobre o ministro Teori Zavascki autorizar a Polícia Federal a ouvir o ex-presidente Lula em inquérito da Lava Jato.
CONTRAPONTO
Não é bem assim
Logo depois do ato de filiação de Marta Suplicy ao PMDB, o vereador peemedebista Ricardo Nunes se dizia impressionado com o tamanho da força política da senadora e dizia acreditar que ela vence fácil a disputa interna para a eleição à Prefeitura de São Paulo.
Para confirmar seu diagnóstico, reuniu um grupo de militantes na porta do Tuca e perguntou um a um:
— Em uma convenção para decidir entre Marta e Chalita quem será o candidato do PMDB, em que você vota?
Depois de seis respostas a favor do secretário de Educação de São Paulo, Nunes soltou: