Significam intuição. Eu tenho aguçado esses dois sentidos. Eles me levaram a estudar medicina.
E quantas vezes no exercício da minha profissão me senti incomodado para ir ao hospital, embora não possuísse nenhum paciente internado ou tampouco fora chamado.
PUBLICIDADE
E quantas vezes em lá chegando era recebido por enfermeiras que de mãos postas no telefone procuravam desesperadamente por um médico.
Isso aconteceu muito comigo, especialmente na Maternidade de Cuiabá.
Conversando com a minha mãe sobre esse assunto, ela me disse:
“Meu filho você tem o sexto sentido, por isso é médico. São pessoas que têm o dom da premonição de adivinhar o que vai acontecer”!
Quantas crianças ajudei a salvá-las graças a Deus e à minha premonição!
Recebi via WhatsApp da Presidente da Academia Brasileira de Médicos Escritores (ABRAMES) um convite para sua reunião e a programação da mesma.
No dia marcado, momentos antes do seu início, perguntei à Presidente se a reunião seria apenas presencial.
Ela me respondeu que não e eu poderia participar pelo Zoom.
Enviou-me o ID e Senha da Reunião.
Fui o primeiro participante a entrar na Sala de Reuniões pelo aplicativo do meu notebook.
Ela me viu pela tela dos participantes à distância de vários Estados do Brasil e me encaminhou um áudio pelo celular.
Ao ouvi-la, soube que o responsável pela minha presença na ABRAMES tinha falecido naquela manhã.
Era o Fábio Morinigo, mato-grossense de Corumbá e meu colega de turma de medicina de 1960 pela antiga Faculdade de Medicina da Praia Vermelha, da Universidade do Brasil.
Disse que abriria a sessão pedindo um minuto de silêncio e me concederia a palavra para falar do meu amigo.
Fábio Morinigo, por nós chamado de paraguaio, pelo sobrenome e ter nascido na fronteira com o Paraguai, era um imenso de bom caráter.
Estudioso, católico praticante desde os tempos de estudante, após formado fez carreira brilhante no Rio de Janeiro, sendo Diretor Geral do Hospital dos Servidores do Rio, quando lá se praticava a melhor medicina do Brasil.
Professor universitário, era clínico geral e endocrinologista.
Escreveu vários livros sobre medicina e participava de várias academias.
Era um entusiasta participante da ABRAMES.
A sessão solene que o Fábio não pode comparecer, por pertencer a outro Plano Espiritual, era de posse de um novo acadêmico.
A vida é assim: uns chegam, outros partem.
A morte sempre é notícia e a cura anônima.
Continuarei enviando as minhas crônicas diárias para o seu celular.
Ele gostava e sempre me respondia.
Três dias antes do seu falecimento enviei-lhe: “A história escrita e oral” e ele me respondeu: