Quando o meu pai fechou o bar em 1970 enfrentou sérias dificuldades financeiras para indenizar seus funcionários, todos com mais de quarenta anos de casa.
Fiz empréstimos bancários e o Prof. José Vidal cuidou da parte jurídica.
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Um dos seus mais antigos funcionários instalou um bar no Coxipó, onde se tomava uma bem geladinha, com pastéis de carne feitos na hora e se jogava bozó nas mesas.
O bozó é um jogo com cinco dados, no qual participam duas ou mais pessoas, sendo recomendado até seis jogadores, pois, além disso, o jogo ficaria muito enrolado.
O objetivo é realizar a maior pontuação possível. Quem obtiver a maior pontuação ganha o jogo.
Por gratidão a esse correto servidor, o Quindú, doamos a ele muitos móveis do Bar do Bugre, inclusive a sua Caixa Registradora, para a montagem do seu bar.
Até hoje sou fascinado pela beleza dessa máquina adquirida na Inglaterra e toda banhada de prata.
Papai ficava sentado em uma banqueta alta de madeira sem encosto, operando a maravilhosa máquina que registrava as compras efetuadas no bar.
Uma pequena manivela à direita da máquina, quando acionada abria a Caixa e mostrava as diversas divisões para guardar as notas de dinheiro, e outras menores para as moedas utilizadas, preferencialmente, nos trocos.
Um simples empurrão das mãos na gaveta que guardava o dinheiro, e a máquina se fechava.
Tinha também uma pequena chave para abrir a parte superior da máquina, e que meu pai usava para consultar “a féria” até aquele momento.
Acabei aprendendo a mexer com ela, e até ajudar ao meu pai durante suas curtas ausências da caixa.
Dizem que a velhice é época das recordações, e vejam só no que fui pensar!
A velha Caixa Registradora com certeza seria hoje peça de museu!