Código da canalhice 14/10/2015
- Blog de Augusto Nunes - Veja.com
A última do Lula: Dilma só derrapou nas pedaladas criminosas por amor aos pobres
O palanque ambulante estacionou em São Bernardo ontem, terça, para estrelar uma reunião do Movimento dos Pequenos Agricultores.
Pronta para aplaudir mentiras e saudar piadas grosseiras com gargalhadas ensaiadas, a plateia amestrada foi premiada com o primeiro falatório público do animador de auditório sobre as pedaladas fiscais punidas pelo Tribunal de Contas da União com a rejeição do balanço fraudulento de 2014.
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“Eu agora estou vendo a Dilma ser atacada por culpa de umas pedaladas”, começou Lula.
“Eu não conheço o processo, não”, ressalvou desnecessariamente o único presidente da República que nunca leu um livro e escreve como aluno do Jardim da Infância.
Depois de voltar-se para Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Agrário, o pregador de missa lembrou que, como estabelece o artigo 1° do Código da Canalhice, os fins justificam os meios.
“Uma coisa, Patrus, que vocês têm que dizer é que talvez a Dilma, em algum momento, tenha deixado de repassar dinheiro do Orçamento para a Caixa ou não sei pra quem, por conta de algumas coisas que ela tinha que pagar e não tinha dinheiro”, prosseguiu o torturador da verdade.
“E quais eram as coisas que a Dilma tinha que pagar? Ela fez as pedaladas para pagar o Bolsa Família. Ela fez as pedaladas para pagar o Minha Casa, Minha Vida”.
Haja safadeza.
Quer dizer que Dilma estuprou a lei porque só pensa nos pobres?
Quer dizer que o crime deixa de existir se uma fatia do produto do roubo é reservada aos desvalidos?
Se é assim, Lulinha está dispensado de caçar álibis para safar-se da história dos R$ 2 milhões desviados da Petrobras que foram parar em seu bolso por gentileza do parceiro Fernando Baiano.
Pelo que disse o pai sobre as pedaladas, o primogênito não deve negar que recebeu a bolada.
Precisa apenas jurar que nem tudo saiu pelo ralo das despesas pessoais.
Pode garantir, por exemplo, que boa parte do dinheiro financiou a importação de meia dúzia de refugiados pelo Instituto Lula, ou ajudou a reduzir o índice de miséria numa comunidade no interior de Benin.
Não são poucos os que ainda se perguntam em que momento o ex-presidente perdeu a vergonha.