Aliados de Lula reprovam frase de Dilma Rousseff sobre corrupção 22/10/2015
- Natuza Nery - Painel da Folha de S.Paulo
Abalo sísmico
Pegou muito mal no Instituto Lula o bate-boca de Dilma Rousseff com o chefe da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Para interlocutores do petista, a frase “meu governo não está envolvido em escândalo de corrupção”, proferida pela presidente da República em resposta ao peemedebista, soou como indireta à gestão de seu antecessor.
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As irritações de Lula com sua sucessora há muito deixaram de ser segredo.
Mas o episódio tende a ampliar a fissura na relação entre criador e criatura.
Temperatura
Um petista de São Paulo assim resumiu o humor no partido sobre a declaração de Dilma:
“O cara no meio de uma saraivada, e ela parece jogar o tema da corrupção no colo dele”.
Melhores amigos
Já a tropa de choque do peemedebista relata que ele adorou a troca de farpas com Dilma.
Ctrl + C
Não foi bem vista entre congressistas a declaração de Miguel Reale Júnior de que o pedido de impeachment apresentado ontem é um “recorta e cola” dos pedidos anteriores.
Ctrl + V
A avaliação é que ministros do Supremo podem ver a fala como a admissão de uma tentativa de driblar as decisões de Teori Zavascki e Rosa Weber, que suspenderam o rito definido por Cunha para as representações.
Vai ou racha
O presidente da CPI dos Fundos de Pensão, Efraim Filho (DEM-PB), incluiu na pauta desta quinta o pedido de convocação de José Carlos Bumlai, acusado de agir em nome de Lula.
Professoral
O ministro Ricardo Berzoini precisou dar uma bronca na reunião com líderes na terça-feira: Hugo Leal (Pros-RJ) e Fernando Monteiro (PP-PE) se divertiam assistindo a um vídeo enviado pelo WhatsApp.
Alto e avante
Procuradores federais começam a se mexer para levar do STJ para o STF a Operação Acrônimo, que investiga o governador Fernando Pimentel (PT-MG).
O envolvimento de um deputado, mesmo de forma lateral, deve ser a justificativa.
Foco
Reunidos na noite desta ontem, líderes do PSDB e do DEM avaliaram que setores da oposição entraram na mira de parte da Lava Jato.
Atribuem esse suposto foco a José Eduardo Cardozo.
Nem vem...
O TCU arquivou denúncia de Fernando Collor (PTB-AL) apontando irregularidades em contratação de uma empresa de comunicação pela Procuradoria-Geral da República.
...que não tem
Denunciado na Lava Jato, ele contestava a inexigibilidade de licitação.
Para o tribunal não houve prejuízo nem ilegalidade.
Dinheiro na mão…
Sem poder conceder aumentos robustos às carreiras de Estado, o governo tenta dar uma gratificação aos policiais federais, servidores da Receita e advogados da União.
…é vendaval
O benefício pode ser autorizado por meio de pagamento de um bônus por desempenho, o que não contemplaria os funcionários aposentados.
Vigiando o bolso
Em tempos de Lava Jato, críticos alertam que essa é uma forma de a chefia, que teria o poder de liberar a gratificação, controlar mais a sua tropa.
TIROTEIO
"Aécio critica o governo, mas com Pronatec, Fies e Ciência Sem Fronteiras fizemos mais pela Educação do que em oito anos de FHC."
Ministro Aloizio Mercante (Educação), sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ter dito que o governo fez grandes cortes na Educação e na Saúde.
CONTRAPONTO
De volta para o futuro
Em 29 de setembro de 1992, quando o pedido de impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello foi lido no Plenário da Câmara, deputados da oposição passaram a pressionar o presidente da Casa, Ibsen Pinheiro, a acelerar a análise do processo.
Em entrevista ao “Jornal Nacional”, da Rede Globo, José Genoino, líder do PT na Casa, disse:
– As oposições querem encurtar o prazo, para o bem do país, da economia e para evitar esse esgarçamento.
– Todos querem uma solução tão breve quanto possível para a matéria. É o que vou tentar, espero que com o apoio de toda a Casa – afirmou o presidente da Câmara.