PMDB e oposição articulam novo plano para impeachment de Dilma 05/11/2015
- Painel da Folha de S.Paulo - Natuza Nery
Um novo script
Está em curso uma operação que poderá inviabilizar o mandato de Dilma Rousseff sem precisar recorrer às pedalas do TCU.
Segundo o plano articulado pelo PMDB com a ajuda de integrantes da oposição, o Congresso só aprovaria a mudança da meta fiscal de 2015 no ano que vem, levando o governo a fechar dezembro infringindo as leis Orçamentária e de Responsabilidade Fiscal em uma só tacada.
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A irregularidade sustentaria um pedido de impeachment “sob medida” na largada de 2016.
Nó
Caso a nova meta prevendo o deficit primário de 2,05% do PIB não seja aprovada, todos os atos fiscais do Executivo em 2015 se tornariam irregulares.
Operação-padrão
A cúpula do PSDB discute nos bastidores como proceder oficialmente. Integrantes da oposição na Comissão Mista de Orçamento falam em obstruir as sessões do Congresso para impedir a votação.
Aperitivo
Peemedebistas lembram que, em 2014, quando o governo tinha mais força do que agora, uma das sessões para aprovar a alteração da meta passou de 16 horas.
Em família
Líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani voltou a se reunir com Dilma Rousseff acompanhado do pai, Jorge Picciani.
Campanha
Eduardo Cunha ouviu relatos de que o colega falou abertamente em se candidatar ao comando da Câmara caso a situação do atual presidente se deteriore.
Dois…
Cunha, a propósito, constituiu comissão especial para discutir um projeto de lei que altera o Código de Trânsito Brasileiro.
…em um
O grupo tem potencial para esvaziar os trabalhos da Comissão de Viação e Transporte, presidida por Clarissa Garotinho (PR-RJ), rival do peemedebista no Estado que tem feito críticas públicas a sua atuação.
Veja bem
Durou quatro horas o depoimento de Luis Cláudio Lula da Silva à Polícia Federal. O filho do ex-presidente Lula estava tranquilo. Os investigadores, entretanto, não ficaram convencidos com a versão apresentada.
Arquivo
Luis Cláudio teria dito que retirou documentos de sua empresa após reportagem revelar que recebeu pagamentos da Marcondes & Mautoni. Consultada, a defesa não respondeu.
Ferida aberta
As críticas de Celso Russomanno à equipe que trabalhou em sua campanha de 2012 azedaram ainda mais a relação do deputado com o seu partido, o PRB.
Troco
Guto Ferreira, do núcleo estratégico, postou uma resposta a Russomanno no Facebook: “Ser covarde para assumir a responsabilidade na derrota mostra o quanto você involuiu no seu caminho político”.
Racha
Com a relação desgastada, a direção do PRB sugeriu a Russomanno que monte uma equipe para tocar, “com as próprias pernas”, a campanha de 2016. “Queremos ver se agora, sozinho, ele consegue chegar naqueles 35%. Em 2012, formamos um grupo por ele”, diz um alto dirigente do partido.
Rodeando
Embora o PMDB já tenha Marta Suplicy e Gabriel Chalita na disputa interna pela candidatura à Prefeitura de São Paulo, o partido do vice Michel Temer também andou flertando com Celso Russomanno.
Futuro
O PDT tem trabalhado para filiar, em breve, o ex-ministro Mangabeira Unger. Integrantes do partido dizem que ele ajudará a montar a estrutura para a possível candidatura presidencial de Ciro Gomes em 2018.
TIROTEIO
"O ministério do Patrus é a prova de que o Brasil quebrou. O corte na pasta dele é de 92% em relação ao orçamento do ano passado."
DE JOSÉ ANÍBAL (PSDB), presidente do Instituto Teotônio Vilela, sobre artigo do ministro do Desenvolvimento Agrário na Folha criticando os “pessimistas”.
CONTRAPONTO
Nã na ni na não!
Durante as negociações por melhores condições de trabalho e aumento de salário dos metalúrgicos paulistas com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, integrantes da entidade diziam que a crise econômica é um impedimento para avançar nos pleitos da categoria.
Em determinado momento, um dos os representantes da Fiesp apresentou a proposta de reduzir o tempo da licença-maternidade e amamentação para que outras demandas fossem atendidas.
— Além de não querer conceder aumento para os pais, agora vocês querem acabar com o leitinho das crianças? – reagiu Miguel Torres, presidente da Força Sindical.