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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Não há mais lugar para dilmas e cunhas
03/12/2015 - Blog de Augusto Nunes - Veja.com

O pedido de impeachment formulado por Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr foi entregue em 21 de outubro ao presidente da Câmara, que certamente leu o documento antes de dormir.

Por que demorou tanto para descobrir que os argumentos arrolados pelos dois juristas tinham solidez suficiente para justificar a abertura do processo?

Por que deixou para fazer neste 2 de dezembro o que poderia ter feito há 40 dias?


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Porque o terceiro homem na linha de sucessão não tem tempo para pensar no país, nos brasileiros ou em outras irrelevâncias.

Eduardo Cunha só pensa em Eduardo Cunha.

O presidente da Câmara dos Deputados foi denunciado por corrupção, em 10 de agosto, pelo procurador-geral Rodrigo Janot.

De lá para cá, nem mesmo em feriados e dias santos deixou de aparecer no noticiário político-policial.

Para livrar-se da enrascada em que se meteu com a descoberta das contas na Suiça, virou exportador de carne enlatada (para países africanos), namorou a oposição, flertou com o PT e por pouco não voltou a amasiar-se com o governo.

Por que Dilma demorou 100 dias para descobrir que Eduardo Cunha faz o que fazem seus bandidos de estimação?

Porque só pensa em manter o emprego.

Nesta quarta-feira, Cunha fez a coisa certa porque deu errado o acordo que lhe garantiria o apoio do PT no Conselho de Ética.

Melhor assim.

Mas o Brasil decente não lhe deve nada.

O que está em curso é uma ofensiva do país que presta contra um fantasma que zanza pelo Planalto.

É um confronto entre a nação com cérebro e uma nulidade desmoralizada pela corrupção e pela inépcia.

Esse embate não pode ser reduzido a um duelo entre filhote do baixíssimo clero e a mãe do Petrolão.

O Brasil que há de brotar das cinzas do lulopetismo não tem lugar para nenhum dos dois.

O Congresso faz o que o povo quer, repetia Ibsen Pinheiro, presidente da Câmara durante o processo de impeachment de Fernando Collor.

Também desta vez assim será.

Os cunhas e as dilmas não passam de figurantes.

Acabarão confinados em asteriscos nas páginas escritas por milhões de indignados.

Esses sim são os reais protagonistas da história.

E sabem que o fim da era da canalhice começa pela remoção do poste que Lula instalou no coração do poder.


  

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