Cinco cenários para a política em 2016 (do apocalíptico ao mais otimista) 01/01/2016
- Blog de Leandro Narloch - Veja.com
Como será 2016 (e os anos seguintes) se fracassarmos – ou se tivermos uma tremenda sorte:
Superpessimista
Dilma cai, Temer assume em aliança com o PSDB. Na primeira tentativa de reforma fiscal e trabalhista, espalha-se pelo país uma onda de manifestações, ocupações de escolas e invasões de MST.
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Jovens ocupam o Palácio do Planalto por 80 dias. Ao reintegrar a posse, a polícia fere cinco estudantes, motivando protestos com mais de 10 milhões de pessoas pelo país. Acuado, Temer renuncia.
Convocam-se novas eleições. Durante o discurso de posse, que coincide com a abertura das Olimpíadas, a presidente Luciana Genro cita Hugo Chávez.
O ministro do Trabalho, Leonardo Sakamoto, eleva o salário mínimo para 8 mil reais e determina o confisco dos bens de empregadores denunciados por qualquer irregularidade trabalhista. O desemprego vai a 85%.
“Classe C financia mudança para Miami em dez vezes no cartão”, dizem os jornais em dezembro. Uma votação online escolhe a música “O meu guri”, de Chico Buarque, o novo Hino Nacional.
Pessimista
Dilma fica. Leva o ajuste fiscal nas coxas, como em 2015. A Lava Jato não chega em Lula, que constrói a narrativa de ter passado a limpo pela investigação mais rigorosa da história deste país.
Em 2017, o governo enfim dá um sinal claro de que está comprometido com o equilíbrio das contas. Vende os Correios, a participação da Infraero nos aeroportos e ações da Vale. Investidores acham que o pior já passou e voltam ao Brasil. O PIB sobe 3,8% entre julho de 2017 e de 2018; a popularidade de Dilma acompanha.
Durante a campanha presidencial, alguém na internet reclama que nordestinos só votam no PT. O partido se aproveita do conflito. Ressentidos com os paulistas, nordestinos votam em peso no PT. Jaques Wagner ganha a eleição com uma vantagem de 4% sobre Aécio.
Realista
A permanência de Dilma custa ao país o retorno dos indicadores sociais aos níveis de 2002. Em 2018, Aécio ganha, mas sem maioria do Congresso, e ainda tendo que equilibrar as contas.
Otimista
Dilma cede à pressão do baixo clero do PT e abandona o ajuste fiscal. Nelson Barbosa pede para sair; Luiz Gonzaga Belluzzo assume o Ministério da Fazenda. Em março, com o dólar a 9 reais, Renan Calheiros abandona o governo e faz as pazes com Temer.
Na véspera da votação do impeachment, Luciana Lóssio, ministra do TSE, sai de cima da investigação sobre a campanha de Dilma e Temer. Os dois têm o mandato cassado e Aécio assume.
Armínio Fraga entra no Ministério da Fazenda, Gustavo Franco volta ao Banco Central. O índice Bovespa fecha o ano com valorização de 90%.
José Serra se filia ao PSB e afirma que se será candidato à presidência em 2018. Sua meta é baixar a taxa de juros.
Superotimista
Para desviar a atenção da crise e do processo de impeachment, Dilma declara guerra à Inglaterra e invade as Falklands. Em resposta, o primeiro-ministro David Cameron bombardeia Brasília.
Ninguém morre (a cidade havia sido evacuada), mas todos os edifícios de Niemeyer na capital são destruídos. O Brasil se rende em três dias.
Enquanto isso, na Inglaterra, o Daily Mail descobre que Margaret Thatcher não morreu em 2013 -- está viva, saudável e disposta a assumir o poder da nova colônia inglesa.
Sob as ordens da Dama de Ferro, o Brasil privatiza até a Previdência Social. O Ministério da Educação aprova a base nacional curricular com apenas uma exigência: estudar inglês doze horas por semana. O Brasil adota a Union Jack, bandeira do Reino Unido, e em cinco anos supera Singapura como o melhor lugar do mundo para se fazer negócios.