Os Treze Trabalhos De Hércules 10/01/2016
- Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa*
Parece que o Governo federal finalmente voltou seus olhos para a Escola e deixou de pensar só nas universidades das quais tanto se gaba o Lula.
E bolou um programa para uma Base Nacional Comum que possa atender todas as escolas brasileiras.
Excelente ideia, desde que deixem espaço para que os professores dos diversos Estados e Municípios do país enriqueçam a Base com temas e assuntos de interesse local.
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Mas… já repararam como tem sempre um mas em tudo que vem do PT?
Agora o “mas” se refere à indigência da Grade Curricular em tudo que se refere à História e à Cultura Geral.
Vou aproveitar enquanto o Currículo Nacional Comum ainda não está a pleno vapor para falar num dos mais altos momentos da Mitologia Grega, a figura heroica, valente, corajosa e apaixonante do grande Hércules que, num acesso de loucura provocado pela deusa Hera, matou sua mulher e seus três filhos.
Hércules não era um sujeito cruel e quando se deu conta do horror que cometera, isolou-se no campo e lá foi viver como eremita. Encontrado por seu primo Teseu, foi com ele consultar o Oráculo de Delfos com o objetivo de pagar por seus crimes e recuperar sua honra.
A penitência que lhe foi imposta foi terrível: doze tarefas que exigiam inteligência, valentia, força, além de obedecer fielmente a um de seus piores inimigos, o rei de Micenas, Euristeu.
Cumpridas as tarefas, Hércules se tornaria imortal, o que era seu direito de nascença se não tivesse sido ludibriado por Euristeu.
Que tal pedirmos ao Oráculo que passe mais uma tarefa para o herói, talvez só mais complicada que a ordem que recebeu de colher os pomos de ouro do Jardim das Hespérides, o que só poderia fazer depois de matar o dragão de cem cabeças que era o guardião do tesouro?
Para tanto, Hércules precisou da ajuda do titã Atlas: esse matou o dragão enquanto Hércules sustentou em seus ombros o Céu, tarefa eterna do titã.
E qual a tarefa que falta, segundo esta audaciosa e enxerida articulista?
É óbvio: tirar o PT do Palácio do Planalto. Esse seria o décimo-terceiro trabalho de Hércules.
(Leitor, antes que não seja mais necessário ler e estudar nem a Grécia Antiga, que dirá sua Mitologia, compre “Os Doze Trabalhos de Hércules”, de Monteiro Lobato, e acompanhe o grande herói em suas aventuras assessorado pela genial Emília.
Se a Grade Curricular Petista entrar em vigor ninguém mais vai saber quem foi Emília, que dirá Hércules!).
A nossa tarefa, dos cidadãos, será impedir que a Base Nacional omita o estudo das figuras da Antiguidade Clássica, do Império Romano, do Cristianismo, da América Pré-Colombiana, da Revolução Francesa, da Revolução Americana…
Não podemos matar nosso passado sob pena de não termos mais futuro.
O Governo petista hoje conta com o par perfeito na Presidência e na Chefia da Casa Civil. Ela pinta, ele borda; ela corta, ele costura; ela morde, ele assopra. Ele, com a sinceridade que o caracteriza, declarou que o PT se lambuzou no Governo. Ela, com a determinação que as mulheres têm quando encasquetam uma ideia na cabeça, resolveu adoçar os pontos da Lei que reprovavam toda e qualquer leniência com malfeitos.
O PT não soube administrar o país. Pior, não soube zelar pelo que é nosso. Agora, se lamentam choramingando ao dizer que quem é favorável ao impeachment é golpista.
Não é. Golpista é o PT, que roubou e deixou roubar.
Mas roubar nosso direito ao Saber, aí também é demais!
...
*Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa – Professora e tradutora. Vive no Rio de Janeiro. Escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. Colabora para diversos sites e blogs com seus artigos sobre todos os temas e conhecimentos de Arte, Cultura e História. Ainda por cima é filha do grande Adoniran Barbosa.
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