capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.948.616 pageviews  

Tema Livre Só pra quem tem opinião. E “güenta” o tranco

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

A imagem do Brasil em Davos
15/01/2016 - O ESTADO DE S.PAULO

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, estará na próxima semana em Davos, nas montanhas suíças, para dizer à comunidade internacional como o governo brasileiro espera tirar o País do atoleiro e dirigi-lo para uma nova etapa de crescimento.

Não se sabe se, até lá, os cidadãos brasileiros terão já recebido essas informações. Por aqui, nada muito claro foi dito sobre como iniciar a arrumação das contas públicas, conter o endividamento federal e repor em movimento a desarranjada máquina da produção.

Não basta, por exemplo, anunciar um aumento de crédito mais barato pelos bancos estatais, se os empresários estiverem pouco dispostos a tomar o risco de novos investimentos e de formação de estoques.


PUBLICIDADE


Em poucos dias, no entanto, o ministro terá de pensar em algo mais ou menos convincente para dizer a empresários industriais, investidores, autoridades do mundo rico e jornalistas durante as discussões do Fórum Econômico Mundial.

A tarefa será mais complicada do que simplesmente apresentar os atrativos do Brasil e falar sobre as oportunidades de investimento em infraestrutura e em projetos privados.

Ministros e chefes de governo de países mais dinâmicos e economicamente mais saudáveis também estarão em Davos, nos próximos dias, em busca de empreendedores dispostos a oferecer capital e tecnologia.

Para atrair investidores, o ministro da Fazenda e seus companheiros de viagem terão de cuidar de problemas de imagem – da economia brasileira e, principalmente, do governo.

O Brasil “deixou, por enquanto, de emergir”, disse o chefe de Assuntos Geopolíticos do Fórum, Espen Eide.

O avanço de outros emergentes também foi interrompido, acrescentou – essa frase, em outro contexto, até poderia ser um consolo para os brasileiros.

O caso do Brasil é obviamente mais complicado e tanto os organizadores quanto os frequentadores do Fórum, em geral bem informados sobre economia, sabem disso.

O governo brasileiro deveria ter aproveitado o período de bons preços de commodities e de crescimento mais fácil para cumprir a pauta de reformas, lembrou a economista-chefe do Fórum, Jennifer Blanke.

Mas a oportunidade foi perdida, acrescentou, e reformar em tempos de crise é mais difícil.

Agora será preciso “retornar ao básico” e enfrentar tarefas como reduzir a burocracia, diminuir “as oportunidades de corrupção, tornar o País atraente e construir com novas ideias sua economia”.

Qualquer conversa franca sobre a experiência recente e as perspectivas do Brasil será difícil e, provavelmente, penosa.

O ministro da Fazenda e seus companheiros de missão cometerão uma tolice, quase certamente, se tentarem atribuir a crise econômica brasileira a fatores externos, como a baixa dos preços das commodities.

Outros latino-americanos – chefes de governo e ministros – também estarão em Davos e poderão também mencionar a redução das cotações como um problema importante.

Mas faltaria explicar por que a inflação no Brasil é muito mais alta que na maior parte da vizinhança, a situação fiscal é muito mais grave e o nível de atividade, muito mais baixo.

Só dois outros sul-americanos enfrentam recessão. O Equador foi claramente afetado pela queda do preço do petróleo e pela alta do dólar, depois de anos de prosperidade.

O desastre venezuelano começou há muito mais tempo e é explicável pelos erros e abusos do bolivarianismo.

Em proporções muito menores, a crise brasileira também é atribuível a equívocos até grotescos da política econômica, associados a um estilo peculiar de governo e de controle do Estado.

A corrupção de dimensões épicas e os danos causados à Petrobrás e a outros componentes do patrimônio público estão associados a esse estilo.

As autoridades brasileiras deverão sentir-se abençoadas, em Davos, se forem poupadas desses assuntos.

Mas ninguém poderá reclamar, se os investidores pedirem explicações.

Afinal, é seu interesse entender o jogo, especialmente quando o jogo é aquele narrado pela Operação Lava Jato.


  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
14/08/2023 - NONO NONO NONO NONO
11/08/2023 - FRASES FAMOSAS
10/08/2023 - CAIXA REGISTRADORA
09/08/2023 - MINHAS AVÓS
08/08/2023 - YSANI KALAPALO
07/08/2023 - OS TRÊS GARÇONS
06/08/2023 - O BOLICHO
05/08/2023 - EXCESSO DE NOTÍCIAS
04/08/2023 - GUARANÁ RALADO
03/08/2023 - AS FOTOS DAS ILUSTRAÇÕES DOS MEUS TEXTOS
02/08/2023 - GERAÇÕES
01/08/2023 - Visitas surpresas da minha terceira geração
31/07/2023 - PREMONIÇÃO OU SEXTO SENTIDO
30/07/2023 - A COSTUREIRA
29/07/2023 - Conversa de bisnetas
28/07/2023 - PENSAR NO PASSADO
27/07/2023 - SE A CIÊNCIA NOS AJUDAR
26/07/2023 - PESQUISANDO
25/07/2023 - A História Escrita e Oral
24/07/2023 - ESTÃO ACABANDO OS ACREANOS FAMOSOS

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques