O PLANO 26/02/2016
- Blog de Marcelo Madureira - Veja.com
O Plano não era acabar com a miséria. O Plano não era diminuir as desigualdades. O Plano não era fazer da Justiça igual para todos uma instituição nacional. O Plano não era melhorar a Saúde, tampouco a Educação. O Plano não era melhorar a vida dos mais pobres. O Plano não era dar mais segurança ao cidadão e sua família.
O Plano não era gerar riqueza, trabalho e renda. O Plano não era contemplar o mérito e o esforço de cada um. O Plano, também, não era pensar no futuro das próximas gerações. O Plano não era tornar o Brasil um lugar melhor para se viver. Não, O Plano não era esse, nunca foi nem nunca será.
O Plano sempre foi um só. E só um. O Plano era ficar no Poder. Ocupar o Poder em todos os seus espaços, em cada cantinho, em cada fresta, onde existisse um centavo de dinheiro público e uma molécula de Poder para se apropriar. Este é O Plano.
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Mas para quê? Qual o propósito dO Plano? É aí que está o mais surpreendente, o mais inacreditável, o mais absurdo e, ao mesmo tempo, o mais singelo. Manter o Poder para continuar a usufruir. Usufruir dos palácios, das mordomias, dos jatinhos e helicópteros à disposição.
Empanturrar-se nos banquetes untuosos, curtir os fins de semana exclusivos com as putas gostosonas, aproveitar dos favores e facilidades dos milionários amigos do Poder. E, o mais importante: acumular o seu reparte do dinheiro fácil das negociatas, a salvo em Paraísos Fiscais.
O Plano era cultivar a vaidade, o cinismo e superar velhos recalques. Curtir os privilégios exclusivos dos poderosos, os salamaleques, a liturgia dos cargos e se render à bajulação dos áulicos. Era só isso, nada mais do que isso. E tudo isso.
O Plano, no fundo e no raso, se resume em um tríplex no Guarujá e um sítio em Atibaia, muito simples. O Plano é muito singelo, quase ingênuo.
Que fique bem claro que as “conquistas do Povo Brasileiro nos governos do PT”, pelas quais eles vivem batendo no peito e se jactando, se revelam “tigres de papel”. Uma miragem. A vida do brasileiro, pobre ou miserável, no final das contas, não melhorou coisíssima nenhuma. É tudo uma ilusão de um carnaval que já dura 13 anos.
São aparas, rebotalhos, cortinas de fumaça, para milhões que experimentaram uma súbita e falsa riqueza que não se sustenta, pois “a conta não fecha”. Pior: quebrado o país, despencam de suas “nuvens de ilusão” para uma vida ainda mais indigente do que tinham antes.
Afinal, O Plano não aproveitou os anos de economia organizada, de bonança internacional, de preços de commodities elevadas.
Poderíamos ter dado um salto incrível em Saúde, Educação, Infraestrutura e Produtividade. Mas não, isso tudo não faz parte dO Plano. Afinal, para O Plano, o conhecimento, o esforço e o estudo não são valores.
Valor para O Plano é como ter mais com menos. O plano é a Lei de Murici: cada um cuida de si.
Para cumprir O Plano vale tudo. E mais um pouco. Vale enganar os pobres, cooptar (comprar) intelectuais, artistas, acadêmicos, empresários. E sobretudo mentir, mentir muito, mentir sempre. E ficou todo mundo quieto, pois, afinal, dO Plano sempre sobra algum “cascalho”.
Para cumprir O Plano quebrou-se o Estado, as empresas públicas, o BNDES, a Petrobras, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, os Correios, os Fundos de Pensão e o que mais aparecer pela frente.
Planejamento? Gestão? Competência? Para que se não está nO Plano?
O Plano é a Zika.
E O Plano mamou tanto, sugou tanto, exauriu tanto, que mixou. Acabou o combustível.